Em Londrina, liminar suspende licitação para gestão de resíduos recicláveis

O município deve apresentar, em até 48 horas, informações sobre o termo de referência

O Ministério Público do Paraná, por meio da 20ª Promotoria de Justiça de Londrina, que tem atribuição na área de Meio Ambiente, obteve liminarmente a suspensão de licitação que seria realizada quarta-feira pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina para a contratação de nova empresa para assumir a gestão de resíduos recicláveis na cidade. O MPPR sustentou no pedido que a CMTU não garantiu igualdade de participação no pregão eletrônico para as cooperativas de catadores de materiais recicláveis, entidades que atualmente executam o serviço.

Além de suspender o processo, a Justiça deliberou que o município deve apresentar, em até 48 horas, informações sobre o termo de referência relativo à licitação, bem como sobre eventual prazo para as cooperativas participarem do certame. Como pontuou o juízo ao deferir a liminar, a realização do pregão nos termos indicados pela CMTU “poderá causar prejuízos irreparáveis ao interesse público ao não possibilitar a análise do termo de referência pelas cooperativas e também não esclarecer o solicitado pelo Ministério Público com anulação do certame e prejuízo ao erário e até a continuidade da prestação do serviço essencial de coleta de lixo reciclável ante a proximidade do término do contrato.”

Como destaca a Promotoria do Meio Ambiente, a participação dos trabalhadores da reciclagem nos processos de gestão de resíduos é fundamental: “Há anos o MPPR acompanha a implementação da política nacional de resíduos sólidos e de saneamento, que impõe um efetivo envolvimento das cooperativas e outras formas de associação de catadores de materiais recicláveis e reaproveitáveis no manejo de resíduos sólidos, inclusive visando ganhos sociais.” Nos próximos dias o Ministério Público deve ajuizar ação civil pública para garantir a presença das cooperativas no certame. (MPPR)