A deificação de Lula arrisca eleger Bolsonaro
De Elio Gaspari, em O Globo:
Quem viu o último grande evento da campanha de Lula, no dia 26 de setembro, podia achar que estava na cerimônia de entrega do Oscar, com um só vencedor, Luiz Inácio Lula da Silva. Sentia-se no ar uma opção preferencial pelas celebridades. O evento destinava-se mais a deificar Lula que a permitir uma coligação de vontades que derrotasse Bolsonaro.
Contados os votos, Lula prevaleceu, mas não conseguiu fechar a eleição no primeiro turno. Olhando para o mapa, vê-se que os candidatos apoiados por Bolsonaro ficaram na frente em todos os estados do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo. O mapa de 2022 guarda semelhanças com o do vendaval de 1974, quando o MDB elegeu todos os senadores do Rio Grande do Sul até a muralha da Bahia. (A semelhança é grosseira por parcial, porque desta vez as eleições no Rio Grande do Sul e em São Paulo decidem-se no segundo turno.) Leia mais (para assinantes).