Bolsonaristas maringaenses pedem ‘estado de sítio’ e voto impresso no segundo turno
Um vídeo que circula desde ontem à noite em grupos de WhatsApp coloca Maringá novamente em situação de vergonha nacional. Um grupo de bolsonaristas repetiu palavras de uma mensagem lida por um senhor que disse que houve roubo na eleição do primeiro turno. A gravação ocorreu à noite, depois da divulgação dos números da pesquisa do Ipec, dando 10 pontos de vantagem (votos válidos) ao presidente Lula (PT). O vídeo foi gravado defronte o Tiro de Guerra de Maringá, lugar cujas proximidades costumam ser usadas por integrantes da ultradireita para pedir intervenção militar no país, o que é inconstitucional.
O texto da mensagem ao presidente Jair Bolsonaro (PL) lida pelo senhorzinho – com frases curtas e repetidas na sequência por algumas pessoas em sua volta, vestidas de verde e amarelo e com bandeiras do Brasil, que dizem representar os “brasileiros patriotas de Maringá” – discorda do resultado das urnas. “Nós fomos literalmente roubados e estamos com medo de sermos novamente roubados no segundo turno. Pedimos urgentemente que o sr. tome uma atitude. Pedimos que o sr. decrete o estado de sítio e coloque o voto impresso parta o segundo turno, que está na nossa Constituição (sic). Estamos com o sr. presidente para o que der e vier”. Leitores pedem a intervenção do MPPR no episódio, considerado desobediência civil.
Um deles sugere que o grupo contate um advogado para não passar mais vergonha. A questão do voto impresso na Constituição foi resolvida pelo STF em 2014, com aprovação unânime do voto da ministra Cármen Lucia. Já o estado de sítio só pode ser usado no Brasil por até 30 dias, e não pode ser usado para assuntos pessoas e disputa de poder, conforme os artigos 137 a 141 da Constituição Federal.