Líder usa dados da ‘DataBarros’ para justificar projeto contra pesquisas

Ricardo Barros, líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados

Ao justificar o projeto de lei para criminalizar os institutos de pesquisas, o deputado federal Ricardo Barros (PP) apresentou um dado de levantamento feito pela Data Vox. A empresa pertence ao filho de Manoel Garcia, ex-assessor do parlamentar, e sempre foi usada por Barros para prospecção em municípios do Paraná e até de outros estados. Além de prestar serviços para o deputado, a empresa também foi contratada por Cida Borghetti Barros, mulher de Ricardo, e pela administração Silvio Barros II, irmão do deputado.

A Datavox (Data Vox Brasil Assessoria e Pesquisas, com sede no Edifício Transamérica) era chamada de DataBarros pelos adversários do líder do governo Bolsonaro, que mudou de ideia a respeito de pesquisas faltando 24 dias para o segundo turno do qual participa seu liderado.

Diz o trecho da justificativa: “Diante dos resultados apurados ao final da eleição realizada no dia 2 de outubro de 2022, um fato preocupante chamou a atenção de todos: as pesquisas eleitorais erraram para além da margem de erro esperada e não só para a presidência da República, mas também para diversos governos estaduais e para o Senado Federal. Um erro gravíssimo, já que esses levantamentos acabam manipulando e interferindo diretamente na escolha do eleitor, que muitas vezes se vê compelido a trocar seu candidato para fazer valer o “voto útil”. Este fato ficou evidente em pesquisa publicada pelo instituto Datavox Brasil no dia 1º de outubro de 2022, na qual os eleitores foram questionados se mudariam de candidato para não perder seu voto levando em consideração as pesquisas divulgadas na véspera das eleições. A quantidade de pessoas que respondeu “Sim” e “Talvez” é surpreendente, mostrando que as pesquisas de véspera podem determinar o rumo das eleições”.

Foto: Alep