A pior semana do bolsonarismo
Por Luã Marinato, na matéria “Com quatro investidas antidemocráticas em um mês, ameaça golpista intensificou-se até plano de ‘grampo’ em Moraes”, em O Globo:
Em um período de apenas um mês, entre novembro e dezembro do ano passado, o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro protagonizou pelo menos quatro investidas antidemocráticas concretas.
Inconformado com a derrota para Lula, jamais reconhecida explicitamente, o então chefe do Executivo manteve os ataques — sem provas — ao sistema eleitoral e viu subordinados e aliados intensificarem a escalada golpista, culminando no plano de organizar um “grampo” para gravar conversas do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, revelado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) em entrevista à revista Veja.
A primeira tentativa prática de deslegitimar o resultado da corrida presidencial coube ao Ministério da Defesa, chefiado à época pelo general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Após dias de expectativa, a pasta entregou ao Tribunal Superior Eleitoral), no dia 9 de novembro, um relatório sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. De imediato, uma nota assinada por Moraes, presidente do TSE, comunicou que, “assim como todas as demais entidades fiscalizadoras”, o documento da Defesa “não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência” (leia mais).
Para o colunista Bernardo Mello Franco, do mesmo jornal, esta foi a pior semana vivida pelo bolsonarismo desde a derrota para Lula. “A extrema direita queria capturar o Senado para emparedar o governo e torpedear o Judiciário”, escreveu.
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado