Documentário e livro sobre umbanda serão lançados hoje em Londrina
Com reservas de lugar esgotadas, acontecem hoje às 19 horas, no Sesc Londrina Cadeião, em Londrina, a exibição de um documentário inédito e o lançamento de um livro que marcam o projeto “A Umbanda na Terra do Café: entre Trajetórias e Histórias para a Construção da Tolerância”.
Gratuitas, as solicitações para participar do evento se encerraram no dia 15. No entanto, o Sesc Cadeião (rua Sergipe, 52), área central da cidade, tem espaço para acolher, com segurança, interessados no lançamento do livro, previsto para as 20 horas.
Nova sessão do filme está agendada para a próxima segunda, 27, às 19 horas, na Sala de Eventos do Centro de Ciências Humanas, da Universidade Estadual de Londrina. A entrada é gratuita.
O documentário e o livro levam o nome do projeto, idealizado por Chris Vianna responsável pela coordenação geral e editorial. “A Umbanda na Terra do Café: entre Trajetórias e Histórias para Construção da Tolerância” obteve patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura, o PROMIC, através da proposta nº 21-164.
Diz Chris Vianna: “Foi uma luminosidade repentina a responsável por impulsionar as ações, que culminaram no registro sobre a cultura umbandista em Londrina. Humildemente, acreditamos também ter resgatado os primórdios dessa religião em nossa cidade. Além disso, nós nos dedicamos a colaborar com a transformação do racismo estrutural e a intolerância religiosa, que se manifestam, como um todo, em nossa sociedade”.
Desenvolvido nos dois últimos anos, o projeto contou com a parceria do Laboratório de Estudos sobre Religiões e Religiosidades, do Centro de Letras e Ciências Humanas, da Universidade Estadual de Londrina. “A Umbanda na Terra do Café: entre Trajetórias e Histórias para Construção da Tolerância” é uma realização da Atrito Arte Artistas e Produtores Associados.
DOCUMENTÁRIO E LIVRO – As imagens do documentário “A Umbanda na Terra do Café: entre Trajetórias e Histórias para a Construção da Tolerância” foram captadas por Carlos Guilherme Loureiro Fortes e Masahiro Manuel Miau (responsável também pelos registros fotográficos). Com 33min09 de duração, o filme foi editado por Artur Ianckievicz e Fran Camilo.
Escrito por Maurício Arruda Mendonça, o livro teve edição de Fábio Giorgio. Mendonça é nacionalmente reconhecido como escritor, dramaturgo, poeta e tradutor. A publicação contém 108 páginas, também preenchidas com material iconográfico registrado por Yashiro Manuel Imazu.
Cada exemplar estará à venda por R$ 50,00. O livro “A Umbanda na Terra do Café: entre Trajetórias e Histórias para a Construção da Tolerância” tem chancela da Atrito Arte Editora e 85% dos mil exemplares serão encaminhados a escolas, bibliotecas, projetos de leitura e formadores de opinião.
Maurício Arruda Mendonça, autor da obra literária, assim se manifesta: “A umbanda nasceu da instabilidade, da precariedade que macula os segmentos mais humildes e vulneráveis de nossa sociedade, desde sempre perseguida por feitores, senhores de escravos, patrões desumanos, tropas da elite e cristãos intolerantes em púlpitos midiáticos e venais. É uma religião que insiste em pregar a união comunitária, e que se dispõe, por exemplo, em ser lenitiva ao sofrimento dos que a buscam, muitas vezes, como último recurso”.
ENTREVISTADOS – O projeto “A Umbanda na Terra do Café: entre Trajetórias e Histórias para Construção da Tolerância” foi lançado, oficialmente, em 16 de fevereiro de 2022. Entretanto, a produção (levantamento de dados, mapeamento de casas umbandistas, visitas aos terreiros e/ou congás e pré-entrevistas com dirigentes) iniciou-se no ano anterior.
É importante frisar que o projeto não abrange a totalidade de terreiros de umbanda, em Londrina. Trata-se um recorte contemplando 11 congás, cujas escolhas obedeceram a dois critérios.
Inicialmente, houve um levantamento, através de redes sociais e in loco, para identificação de espaços religiosos autodeclarados praticantes do culto umbandista. Num segundo momento, buscou-se a diversidade geográfica de casas umbandistas, localizadas nas cinco regiões (norte, sul, leste, oeste e área central) da cidade.
Foram entrevistados os seguintes dirigentes de terreiros umbandistas:
• Pai Caetano de Oxóssi – Terreiro de Umbanda Luz, Amor e Paz (TULAP)
• Pai Eduardo Kariya Nishitani – Quintal de Aruanda
• Pai Eduardo Torrezan – Centro Espiritualista Caridade e Amor (CECA)
• Pai Hélio de Oxóssi -Tenda de Umbanda do Pai Tomás e João Serrador
• Mãe Josi de Yemanjá e Pai Sena de Ogum – Terreiro Manoel de Umbanda
• Pai Levi – Terreiro Oxóssi das Matas
• Pai Luiz Fernando – Congá da Tia Maria Mineira
• Mãe Lya D’Xangô e Pai Maycon D’Ogum -Tenda de Umbanda Cantinho dos Orixás
• Pai Rafael – Cantinho do Pai João
• Pai Roberto de Ogum – Terreiro Ilê Estrela Guia
• Mãe Silvana – Casinha da Vovó Maria do Rosário
Pesquisas e entrevistas foram feitas por Beatriz Vianna Boselli, Fernanda de Abreu da Silva e Josiane Araújo.
ENCONTROS E DEBATES – Além da valorização da comunidade umbandista local, e consequente disseminação da pluralidade religiosa, “A Umbanda na Terra do Café: entre Trajetórias e Histórias para Construção da Tolerância” também prestou-se ao árduo trabalho de combater o racismo e a intolerância religiosa.
Por esse motivo, foram realizados dez encontros qualificados e presenciais norteados, inclusive, pelo propósito de repassar conhecimentos a respeito dessa religião.
“Demarcamos um espaço de informação, diálogo e debate sobre a doutrina umbandista, com o intuito de formação cidadã. Isso aconteceu porque articulamos com vários setores da sociedade civil organizada. Visamos, principalmente, o público jovem”, enfatiza Chris Vianna.
Os encontros/debates aconteceram em instituições educacionais, culturais e esportivas, como o CEEBJA Herbert de Souza (Betinho); Colégio Estadual Cívico-Militar Dr. Fernando de Barros Pinto; Escola Estadual Benjamin Constant; Centro de Educação Profissional Professora Maria do Rosário Castaldi, entre outros. (Divulgação)
Foto: Yashiro Manuel Imazu
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