A semana passada não foi nada boa para o ex-juiz federal e atual senador maringaense Sergio Moro. Até o papa se referiu ao caso e à falta de provas para a condenação do ex-presidente Lula, de quem Moro foi algoz antes de entrar na política, primeiro como ministro de Bolsonaro e agora no Senado. Para o papa, é preciso políticos de raça e uma justiça que não seja instrumentalizada.

Uma pergunta feita a respeito da página de sua sentença (do caso tríplex) viralizou porque ele não conseguiu responder, preferindo falar do processo que tem centenas de páginas e teve aprovação de outras instâncias, que também foram cobradas na questão originalmente levantada, há anos, pelo jornalista Reinaldo Azevedo.

O papa Francisco, por ocasião do 10º aniversário de seu Pontificado, concedeu uma longa entrevista ao jornalista Gustavo Sylvestre do Canal 5 de Notícias, da Argentina, abordando uma ampla gama de temas, desde recordações de sua eleição em 2013 até as vicissitudes de seu país, da paz a questões mais propriamente eclesiásticas. E fez referência aos casos de Lula da Silva e Dilma Roussef. Disse que Lula foi condenado injustamente, sem provas, e que Dila tem as “mãos limpas”.

O sumo pontífice disse que o atual presidente foi condenado por causa de um “sumário enorme” mas onde “não se encontra” a prova do crime. “Para condená-lo basta o tamanho do sumário. “Onde está o crime aqui? Mas sim, parece que sim. Assim condenaram o Lula”, disse, repetindo a questão que dominou a semana no Brasil. Confira abaixo o trecho com legenda do que o papa Francisco, há dez anos no pontificado, e a seguir a entrevista completa.