Em Santa Catarina, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) deflagrou a operação Limpeza Urbana, que visa desarticular condutas ilícitas ocorridas no âmbito da administração pública que levaram à prisão o prefeito de Ponte Alta do Norte, Ari Bagúio (PL). A investigação apura os crimes de associação criminosa, corrupção passiva e concussão, orquestrados e supostamente praticados por agentes políticos e particulares.
Segundo Ânderson Silva, do Diário Catarinense, a nova operação surgiu de informações levantadas na Operação Mensageiro, que apura o escândalo do lixo em diversas cidades e já levou 16 prefeitos a serem presos desde dezembro de 2022. No total, ele é o segundo prefeito do estado preso nos últimos três dias e o 18º em 18 meses — todos alvos de investigações que apuram corrupção e fraudes em licitações. Em comum, entre eles, o fato de serem bolsonaristas, lembra Luíz Müller .
As investigações apuram a notícia de que pessoas interessadas em prestar serviço de limpeza urbana no município eram direcionadas pelos agentes públicos investigados para que contratassem escritórios de contabilidade previamente determinados, impondo-se a contrapartida ilícita de pagamento de 10% dos valores que eles percebiam do município, de 3,2 mil habitantes, pagos a título de vantagem indevida mensal. Tal conduta faria com que parte do dinheiro pago pelo município aos contratados para limpar a cidade voltasse para os próprios agentes púbicos investigados, ocasionando enriquecimento ilícito, que se aproxima do valor de R$ 100 mil.
A operação contou com a participação de cinco promotores de Justiça, 20 policiais e 10 viaturas, e tem o apoio da Polícia Científica. A investigação segue em sigilo. A operação Limpeza Urbana surgiu de informações levantadas na Operação Mensageiro, que apura o escândalo do lixo em diversas cidades e já levou 16 prefeitos a serem presos desde dezembro de 2022.
A Operação Mensageiro tem como alvo a Serrana Engenharia, que venceu licitação de R$ 18 milhões realizada pela Prefeitura de Maringá, suspeita de pagar propina para vencer licitações. (C/ MPSC)
Outro lado – A Serrana Engenharia divulgou nota à imprensa, com o seguinte teor:
“A Serrana Engenharia possui um histórico de mais de 30 anos de excelente execução dos contratos administrativos e todos os fatos imputados à empresa na Operação Mensageiro não possuem relação com a qualidade da prestação dos seus serviços aos municípios e à população.
As ações penais referentes a Operação Mensageiro, estão sendo dirigidas exclusivamente às pessoas físicas. No que tange à pessoa jurídica, todos os contratos de prestação de serviços seguem ativos, sem nenhum impedimento jurídico para participação em processos licitatórios ou renovação de contratos, conforme já salientado nos processos em trâmite no Poder Judiciário de Santa Catarina.
Mesmo assim, necessário esclarecer que as recentes operações policiais que levaram às prisões dos prefeitos de Barra Velha e Ponte Alta do Norte, não guardam qualquer relação com o Grupo Serrana ou a Operação Mensageiro.”
Foto: Reddes sociais