Boletim da dengue confirma 15,3 mil novos casos e mais 14 óbitos no Estado

O Informe Semanal da Dengue divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde registra o maior número de casos em um boletim do atual período epidemiológico: 15.361 novos casos. Ele também traz 14 novos óbitos pela doença, um em Sarandi. Maringá é a terceira cidade em número de casos. Na Alep, deputado pediu cancelamento de audiência pública

O Informe Semanal da Dengue divulgado nesta terça-feira (5) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registra o maior número de casos em um boletim do atual período epidemiológico: 15.361 novos casos. Ele também traz 14 novos óbitos pela doença. O período sazonal 2023/2024, que teve início em julho do ano passado, soma 73.928 casos confirmados e 37 óbitos.

Este é o 26º Informe Epidemiológico publicado pela Vigilância Ambiental da Sesa, que registrou também 187.594 notificações, 46.122 casos em investigação e 61.130 descartados. Dos 399 municípios, 319 apresentaram casos autóctones, quando a doença é contraída localmente, e 397 tiveram notificações.

As Regionais de Saúde com mais casos confirmados são a 16ª RS de Apucarana (15.541), 10ª Cascavel (8.340), 8ª RS Francisco Beltrão (6.502), 17ª RS de Londrina (6.463) e 15ª RS de Maringá (6.388). Já os municípios que apresentam mais casos confirmados são Apucarana (10.402), Londrina (5.128), Maringá (3.560), Paranavaí (3.015), Cascavel (2.898), Ivaiporã (2.240), Quedas do Iguaçu (1.875), Dois Vizinhos (1.616), Jandaia do Sul (1.608) e Antonina (1.470). 

ÓBITOS – As 14 mortes que constam neste último informe são de pessoas entre 31 e 92 anos, cinco delas sem comorbidades. Do total de registros, dois óbitos ocorreram nos municípios de Ampére e Salto do Lontra (8ª RS); um em Mariluz (12ª RS); um em Paranavaí (14ª RS); um em Sarandi (15ª RS); dois em Apucarana (16ª RS); dois em Terra Roxa e Toledo (20ª RS) e um em Ivaiporã (22ªRS). Na 17ª Regional de Londrina houve quatro óbitos, o maior número deste boletim. Dois deles eram residentes do município de Londrina, um de Cambé e um de Rolândia.  

Os óbitos do período epidemiológico foram em Antonina, Ampére, Dois Vizinhos, Salto do Lontra, Capitão Leônidas Marques, Cascavel, Quedas do Iguaçu, Mariluz, Marilena, Paranavaí, Sarandi, Apucarana, Arapongas, Cambira, Cambé, Londrina, Rolândia, Terra Roxa, Toledo e Ivaiporã.

CHIKUNGUNYA – O novo boletim confirmou ainda 11 novos casos de chikungunya, somando 79 confirmações da doença. Do total de casos, 51 são autóctones (quando a doença é contraída no município de residência). Há, ainda, 262 casos em investigação e 719 notificações. Desde o início deste período não houve confirmação de casos de zika vírus. Foram registradas 75 notificações.

INFESTAÇÃO PREDIAL – A Sesa publicou, também, o primeiro informe entomológico deste ano, monitoramento que permite identificar regiões com aumento na proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.

De acordo com o documento, no período de 1º de janeiro a 29 de fevereiro, dos 334 municípios que encaminharam as informações entomológicas para a Sesa, 37 estão dentro da situação de risco de epidemia, 198 em alerta e 96 em situação satisfatória para o IIP (Índice de Infestação Predial). Os demais não enviaram informações ou não realizaram o monitoramento.

Os principais depósitos de criadouros encontrados foram em lixos, 30,4% (recipientes plásticos, garrafas, latas, sucatas em pátios e ferros velhos, entulhos de construção); vasos e frascos com água, pratos, degelo da água de geladeiras e materiais de construção, com 37%; e depósitos ao nível do solo para armazenamento doméstico de água, com 16,4%.

REFORÇO – A Sesa monitora de maneira constante o quadro epidemiológico no Estado. Nos últimos sete dias vários eventos e ações foram realizadas para combate ao mosquito e com foco na prevenção. Equipes da secretaria e do Ministério da Saúde realizaram uma agenda em Apucarana, no Vale do Ivaí, cidade com mais casos no Estado, para orientar profissionais e identificar possíveis fragilidades no atendimento a pacientes.

Também foi realizada a terceira reunião do Comitê Gestor Intersetorial para o Controle da Dengue para discutir ações de mobilização e vigilância permanente com a participação de representantes das instituições que compõem o grupo. No último sábado, dia 02 de março, aconteceram diversas atividades no Dia D de enfrentamento à dengue, envolvendo os municípios do Paraná.

O Governo do Estado anunciou também um aporte adicional de recursos de R$ 93 milhões para auxiliar os municípios. O valor será distribuído entre diversas áreas e tem como finalidade aprimorar o atendimento hospitalar, garantir a disponibilidade de insumos, instrumentalizar as equipes de agentes comunitários de saúde e intensificar a vigilância em saúde. Confira o informe semanal da dengue aqui e mais informações neste link. Confira o informe Infestação Predial aqui.

Cancelamento de audiência – No mesmo dia em que foi divulgado o mais recente boletim da dengue, o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, não compareceu na prestação de contas promovida pela Comissão de Saúde Pública da Assembleia Legislativa do Paraná. A presença do gestor de saúde está prevista na lei complementar nº 141/2012 e também na Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde (SUS), de 6/11/1996. Diante do não comparecimento, o deputado Arilson Chiorato (PT), membro da Comissão de Saúde, pediu o cancelamento da audiência pública.

“Não é a primeira vez que o secretário de Saúde (Beto Preto) falta em uma audiência pública, quando a Saúde do Estado não vai bem. A verdade é que o Paraná tem a cada 100 mil habitantes, 513 infectados por dengue. São 58 mil casos confirmados e 23 mortes também confirmadas por dengue. Precisamos de explicações da autoridade em saúde do Estado principalmente sobre o uso do dinheiro público destinado para a Vigilância Sanitária”, questionou.

“Eu tenho documentos do Ministério da Saúde comprovando o envio de recursos, mas o Portal da Transparência do Estado aponta que o Paraná só usou 8% dos R$ 68 milhões repassados. Dos R$ 28 milhões exclusivos para prevenção só foram gastos, R$ 8 milhões. Como pode o Paraná estar nesta situação e ter dinheiro parado? Por que não foi aplicado? Estamos numa situação muito complicada, e o secretário de Saúde não veio prestar esclarecimentos de novo”, criticou.

“Com todo respeito aos profissionais da Sesa, que participaram da reunião, mas a presença do secretário de Estado da Saúde era imprescindível, pois ele é o gestor do SUS e, diante disso, não resta outra opção além de pedir o cancelamento da audiência pública. O secretário precisa explicar a aplicação dos recursos e também se colocar disponível para discutir outras pautas. E mais: essa casa e suas normas precisam ser respeitadas, aliás, o povo paranaense precisa ser respeitado. O secretário precisa vir prestar contas e a prestação de contas precisa ser plena e a população ter acesso a ela”, concluiu. (AEN/Assessoria)