Falta de alguns insumos, como tipo agulha (scalp 23) e luvas P é explicada pela UEM, responsável pelo HUM, que nem por isso deixa de colaborar com o Sistema Estadual de Saúde, quando solicitado

O Hospital Universitário Regional Said Ferreira, da UEM, e o Hemocentro Regional (uma diretoria do HUM) estão passando pela falta de alguns insumos, como a do tipo agulha (scalp 23), mas apesar das dificuldades não deixa de colaborar com o Sistema Único de Saúde, assumindo a demanda de outros serviços eventualmente interrompidos por hospitais da região. A situação, porém, não comprometeu o atendimento nem colocou em risco a segurança e assistência aos pacientes, já que, para a realização dos procedimentos, estes itens podem ser substituídos por outros.

A informação está em texto encaminhado pela UEM em resposta a esta postagem, sobre dificuldades com insumos, publicada na quinta-feira. Confira a íntegra da informação do HUM:

“Hospital da UEM, único 100% SUS, salva vidas e forma profissionais – O Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), é um hospital de portas abertas, o único que atende cem por cento SUS na região noroeste. Possui 201 leitos (176 habilitados no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) do Ministério da Saúde, 4 leitos de UTI Neonatal Tipo II, 8 de UTI Pediátrica, 3 de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru e 10 leitos Obstétricos), com funcionamento 24 horas ininterruptamente todos os dias da semana.

Recebe pacientes de cerca de 120 municípios do Paraná e até de outros estados, onde se encontra uma população de quase dois milhões de habitantes. Os números de 2023 impressionam: mais de 65 mil pessoas atendidas no Pronto Atendimento (nas áreas de pediatria, cirurgia, ortopedia, ginecologia, obstetrícia, entre outras); mais de 570 mil exames realizados (laboratoriais, radiológicos, eletrocardiogramas, ultrassonografias, tomografias, entre outros); mais de 26 mil consultas no Ambulatório de Especialidades, mais de 17 mil internações; mais de 14 mil doadores de sangue cadastrados; mais de 11.700 bolsas de sangue coletadas; quase 3 mil atendimentos no Ambulatório de Hematologia e Hemoterapia; mais de 1 mil doadores de medula óssea cadastrados; mais de 4.500 cirurgias eletivas e de emergência; e mais de 1.100 partos realizados.
E tem dado passos importantes, como o lançamento de três editais para a retomada e conclusão de obras no hospital (conclusão do Centro Cirúrgico, ampliando de 4 para 11 o número de salas, dando um salto para 11 mil cirurgias anuais, o dobro da atual; conclusão da Central de Material Esterilizado do Hospital e término da Central de Resíduos de Serviços de Saúde).

Outro passo significativo foi a abertura, no fim do ano passado, de mais 10 leitos no setor de Ginecologia e Obstetrícia. Com isso, passou de 15 para 25 leitos nesta área, absorvendo a demanda pelo serviço materno-infantil de hospitais da região, e com a possibilidade, agora, de fazer quase 200 partos mensais, o dobro do atual. Além disso, o HUM abriu outros 54 leitos distribuídos em diferentes setores do hospital. Dos novos leitos, 34 foram inaugurados na clínica médico-cirúrgica, que passou de 42 para 76. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal que, até junho de 2023, contava com seis leitos, hoje atende com 10. O HUM é, hoje, o único hospital da macrorregião noroeste que atende 100% SUS com leitos de UTI Neo. São cerca de 15 bebês atendidos todos os meses.
Também foi aberta uma nova UTI Pediátrica com mais oito leitos, além da enfermaria pediátrica que de 15 foi ampliada para 23 leitos. Com índice de 94% entre os pacientes, o hospital universitário desempenha um papel indispensável na formação de estudantes de Medicina e na qualificação de alunos de outros cursos na área de saúde. Isso, sem deixar de ser um hospital de assistência, fazendo cirurgias de média e grande complexidades, além de consultas ambulatoriais.

Os diversos serviços que incluem o Banco de Leite Humano e o Centro de Controle de Intoxicações, entre outros, se tornaram referência para a região e o Paraná.

O HUM é referência em Assistência de Alta Complexidade ao paciente Portador de Obesidade Grave (cirurgia bariátrica), Implante Coclear, Gestação de Alto Risco, transplante de Córnea, realiza Videocirurgias e atendimento à vitimas de SV.

Como todo grande hospital, o HUM da UEM também enfrenta dificuldades inerentes à realidade de uma unidade que depende de processos licitatórios e compras governamentais. Nem por isso, deixa de colaborar com o Sistema Estadual de Saúde, quando solicitado a, por exemplo, assumir a demanda por outros serviços eventualmente interrompidos por hospitais da região.
Neste contexto é que o hospital e o Hemocentro Regional (uma diretoria do HUM) estão passando pela falta de alguns insumos, como a do tipo agulha (scalp 23). Isso se deve ao recebimento de um lote que não estava em conformidade com as normas e padrões de qualidade estabelecidos pela Secretaria de Saúdo do Paraná (Sesa), motivando a devolução. O hospital está providenciando novos processos de compra para reposição deste item. Vale esclarecer que a situação não comprometeu o atendimento nem colocou em risco a segurança e assistência aos pacientes, já que, para a realização dos procedimentos, estes itens podem ser substituídos por outros.

No caso das luvas, não existe a falta deste produto nas numerações M (média) e G (grande), pois os estoques estão adequadamente abastecidos. A carência se dá apenas a numeração P (pequena), um cenário decorrente da resolução nº 568, de 19 de fevereiro de 2024, do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior. Ela aplicou o direito antidumping por até seis meses às importações brasileiras de luvas para procedimentos não cirúrgicos para assistência à saúde, originárias da China, da Malásia e da Tailândia. A medida provocou o aumento do preço por causa do imposto, levando à necessidade de refazer novos processos de compras para atender o atual valor de mercado. Estes processos já estão em andamento.”

Foto: Google Street View