A Tiradentes não é mais aquela

Não respeitam mais a data, realizando a Prova Rústica Tiradentes a em qualquer dia. Este ano será em 1º de maio. Lá se foi a homenagem a Tiradentes

Corro desde1982. Meu treinador era o Antônio Carlos Gomes, com muitas referências no atletismo. Treinei até 1989 de maneira oficial, digamos. Fui um dos primeiros a fazer parte da equipe do Departamento de Esportes de Apucarana, o antigo Depa. Não prossegui na carreira de atleta como atividade única. Mas nunca parei de correr, portanto, há 42 anos dou minhas passadas Brasil afora, participando de corridas de rua.

Em 1987, participei pela primeira vez da Prova Tiradentes de Maringá. Naquele ano, o campeão foi o saudoso Nelson José Gomes, de Apucarana. Em outros anos, eu voltei a corrê-la, chegando a nove participações. A última foi em 2018. Contudo, nos últimos oito anos, a Tiradentes perdeu a graça e o brilho. Não é mais aquela corrida do Dia 21 de Abril, idealizada pelo major Lauri Cesar Bittencour e organizada pelo 4º Batalhão de Polícia Militar. Não respeitam mais a data, realizando-a em qualquer dia. Este ano será em 1º de maio. Lá se foi a homenagem a Tiradentes.

Não bastasse, as inscrições se tornaram gratuitas. O que parece ser vantagem, é desvantagem. Abertas num determinado horário, num único dia, muitos não conseguem fazê-las. Meu caso. Tentei por mais de uma hora e não consegui preencher os dados. O site instável, tremia. E mais. Tem gente que não tem acesso à internet. Até concordo que não se cobre a inscrição dos atletas de Maringá, mas os de fora que coloquem um preço acessível, evitando que muitos fiquem de fora.

Espero que o próximo prefeito eleito de Maringá e sua equipe mudem essa situação. Que a Tiradentes volte a ser aquela prova bonita, disputada no Dia 21 de Abril e em igualdade de condições para todos que dela queiram participar. Na foto, uma de minhas participações na Tiradentes que, infelizmente, não é mais aquela.


(*) Donizete Oliveira, jornalista, historiador e corredor