Moro e o fato que pode mudar tudo

Ministério Público recomenda ao TSE rejeitar recursos e manter a absolvição do senador maringaense Sergio Moro. Se o tribunal seguir o parecer, muita coisa pode mudar na política paranaense

A Procuradoria-Geral Eleitoral recomendou ao Tribunal Superior Eleitoral a rejeição dos recursos apresentados pelo PT e pelo PL contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná que absolveu o senador Sergio Moro (União) em ações por abuso de poder na campanha de 2022.

Conforme o documento, assinado ontem pelo vice-procurador-geral eleitoral Alexandre Espinosa, manter o resultado do TRE-PR por 5 votos a 2 não significa criar um precedente para incentivar gastos exagerados na pré-campanha. A cassação é justificada pelos autores sob o argumento de que houve desequilíbrio na disputa eleitoral por supostas irregularidades em gastos na pré-campanha, a partir da filiação do ex-juiz ao Podemos. Questionam o fato de ele ter se lançado pré-candidato à Presidência e depois ter migrado para o União Brasil a fim de concorrer ao Senado.

Segundo a PGE, não há razões para “cogitar uma intenção preordenada de downgrade na candidatura”, ou seja, de deixar a corrida pela Presidência e se lançar ao Senado. “As circunstâncias sugerem que a sucessão de cargos visados por Sérgio Moro em um curto período de tempo decorre mais de um claro insucesso nos seus objetivos políticos do que uma estratégia adredemente pensada para se lançar apenas ao cargo de candidato a senador no estado do Paraná”, diz a PGE.

Caso a alegação do MP prevaleça na maioria dos integrantes do TSE, prevê-se uma verdadeira revolução na política paranaense, dado que várias pré-candidaturas estavam colocadas e outros sendo planejadas para os próximos pleitos. Sem contar que poderá haver reflexos diretos nas eleições municipais.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado