Professores aprovam greve no Paraná

Em assembleia estadual, greve por tempo indeterminado foi decidida a partir de 3 de junho, em resposta ao projeto que põe fim à escola pública

Professores do Paraná aprovaram ontem, em assembleia estadual, uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 3 de junho. Mais de 4 mil educadores participaram da Assembleia e definiram pela paralisação total das atividades em resposta ao que que classificam de ataques do governador Ratinho Jr.

A assembleia se manterá permanente para avaliar a movimentação do governo e o comando de greve avaliará os passos do governo e mobilizações dos educadores.

“Nós precisamos do engajamento nessa frente de luta de todos os professores e funcionários, independente do contrato. Nós precisamos do engajamento, nessa luta, de pais e mães e de toda a comunidade paranaense, pois é o direito de acesso a uma escola pública de qualidade que está sendo negado”, explica a presidenta da APP, Walkiria Olegário Mazeto.

A decisão foi tomada após intenso debate devido à falta de diálogo com o governo sobre pautas importantes para a categoria como: pagamento da Data-Base, que nos últimos 12 meses e a dívida de mais 39% do Estado com os educadores e demais servidores; o projeto do governo de privatização de 200 escolas e o fim da terceirização do cargo de funcionários de escola.

Fim da escola pública – Atualmente, o governo abriu uma nova linha de ataques com o envio do projeto Parceiros da Escola, proposta que visa a venda de escolas públicas para empresas. Na terça-feira, o governador sentou com deputados da base para garantir a tramitação da proposta. O projeto deverá ser enviado no começo desta semana para a Alep.

Em um primeiro momento de luta, professores e funcionários de escola lutam para que o projeto seja retirado da pauta. Caso o projeto seja mantido, a luta será para organizar as comunidades e rejeitar a medida.

A defesa da categoria é por uma escola pública de qualidade e para todos, gratuita, laica e gerida pelo Estado. “Este programa é o fim da escola pública, talvez essa seja a  luta das últimas décadas mais importante para nós. Fazemos luta todo ano, defendemos uma escola pública de qualidade todo ano, mas nunca nos deparamos com um projeto que acaba com a escola pública. Se este programa for aprovado e implantado nas escolas, nós vamos, a cada dia, travar uma luta para manter uma escola aberta”, alerta a presidenta da APP. 

Confira o calendário de mobilizações aprovado:
27 de maio – Construção da Greve com a criação dos Comandos Regionais de Greve/Trabalho de Base/ Plataforma Zero/Acompanhamento das sessões na Alep (Curitiba e RM)
28 de maio – Construção da Greve com a criação dos Comandos Regionais de Greve/Trabalho de Base/ Plataforma Zero/Acompanhamento das sessões na Alep (Curitiba e RM)
29 de maio – Construção da Greve com a criação dos Comandos Regionais de Greve/Trabalho de Base/Plataforma Zero/Plataforma Zero
3 de junho – Início da Greve e reunião presencial do Comando Estadual de Greve em Curitiba
4 de junho – Ato Estadual em Curitiba com a realização de audiência pública do FES e manifestação durante a sessão na Alep (C/ Assessoria)

Foto: Divulgação