Este vereador experiente, que coleciona mandatos como troféus em uma estante, foi brindado com uma apatia que constrangeu até o deputado Ricardo Barros

No grandioso evento “progressista” para lançar a pré-candidatura de Silvio Barros II, os bastidores fervilharam com cenas dignas de novela política. Entre beija-mãos e figuras que mais parecem saídas de um museu, as nuances do poder e seus jogos ficaram expostas como nunca.

Primeiro, o desfile dos puxa-sacos, ávidos por um pouco de atenção, reverberou pelo salão. Essas velhas figuras, que insistem em se manter à tona, lembram os carrascos temidos pelos servidores públicos – aqueles mesmos que todos prefeririam ver longe do poder.

Mas o clímax do espetáculo foi durante a apresentação dos pré-candidatos a vereadores. Os nomes dos representantes dos Podemos, PRB, Republicanos e Progressistas foram recebidos com os tradicionais aplausos de conveniência. No entanto, quando o nome de Belino Bravin ecoou pelo auditório, o silêncio foi ensurdecedor. Este vereador experiente, que coleciona mandatos como troféus em uma estante, foi brindado com uma apatia que constrangeu até o deputado Ricardo Barros. O silêncio foi tão gritante que parecia ter sua própria voz, uma voz que dizia mais do que mil palavras jamais poderiam.

O que esse silêncio significa? Talvez seja um reflexo do descontentamento que Bravin semeou ao longo de seus muitos anos no poder. Talvez seja uma demonstração de que, em política, a relevância e o respeito não se compram com mandatos acumulados, mas com ações concretas e conexão com o público. E, convenhamos, constranger um deputado como Ricardo Barros é um feito e tanto.

Enquanto isso, nos bastidores, a dança dos interesses segue. Fica a lição para os espectadores atentos: em política, os verdadeiros sinais de poder e fraqueza estão nas reações sutis – ou na falta delas. E nesse caso, o silêncio sobre Belino Bravin pode muito bem ser o prenúncio de seu ocaso político. Ou será que ele ainda tem um último truque na manga?

Aguardemos os próximos capítulos dessa novela de egos e ambições. Afinal, na política, como na vida, o que se vê na superfície é apenas uma pequena fração do que realmente está em jogo.

Da sua paladina da política, Madame Savage.