Discoteca

Uma honra ter conversado com o “pai das aves”

Conheci o cientista Johan Dalgas Frisch, o “pai das aves”, um dos maiores conservacionistas do Brasil, em 1982, em Londrina. Ele havia acabado de lançar um de seus discos mais conhecidos, o “Aves brasileiras”, pela extinta Copacabana. O LP comemorava 20 anos de atividades na gravação de sons e vozes de animais silvestres.

Johan Dalgas Frisch gravou milhares de espécies de cantos de passarinhos, do Bacurau-claro ao Anambé-una, do Tiziu ao Tangará-de-crista-vermelha, passando pelos sabiás e Saracura. As gravações que faziam na Mata Atlântica ganharam o mundo, tornando-o conhecido pela dedicação a justificar a Gonçalves Dias e sua “Canção do Exílio”: “Minha terra tem palmeiras,/Onde canta o Sabiá/As Aves que aqui gorgeiam/Não gorgeiam como lá”.

O ornitólogo de ascendência dinamarquesa, que também era engenheiro, morreu sábado em São Paulo (SP), aos 94 anos de idade. Tive a felicidade de conhecer e entrevistar o grande nome da fauna brasileira, 42 anos atrás, que autografou o disco com a palavra “amigo”.

Fotos: Reprodução/Catraca Livre