Recusa de verba seria ‘picuinha política’?

Prefeitura de Maringá não justifica rejeição de verba da Sedest para o controle populacional de cães e gatos

A recusa do município de Maringá de receber R$ 60 mil para a castração de cães e gatos de rua pode ter motivação política? Esta é a dúvida que circula nos bastidores depois que a história veio à tona, aqui.

O autor da emenda parlamentar destinando os recursos para o controle populacional dos animais é o deputado estadual Delegado Jacovós (PL), que recentemente desistiu da pré-candidatura a prefeito e anunciou apoio ao pré-candidato do PP, Silvio Barros II, que deixou a prefeitura com 40 processos. Procurada, a gestora de convênios da prefeitura ainda não justificou a recusa.

Com a rejeição de receber dinheiro público da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), os recursos serão repassados a outro município. Números mostram que a Secretaria de Bem-Estar Animal, que de acordo com várias reclamações tem problemas de atender a demanda, realiza em média 700 castrações mensais, com recursos próprios, e desde 2017 foram cadastrados 42.213 animais, até o último dia 17. No entanto, o mesmo deputado já destinou recursos estaduais para castração em distrito de Maringá, há alguns anos.

Ao abrir mão de verba pública, sem necessidade de contrapartida, Maringá vai na contramão da maioria da cidade. Há registro de situação semelhante ocorrida em Paranavaí. “Picuinha política”, definiu um vereador, acrescentando que há sim fila de pessoas que pedem a castração, o que poderia ser atendido através do programa CastraPet Paraná.

Foto: Nesrin Öztürk/Pexels