‘CPI para o banheiro da casa do prefeito’

Quando Maringá virou chacota nacional: denúncia no Congresso Nacional foi feita por Ary de Lima, então deputado federal, autor do Hino a Maringá, junto com Aniceto Matti
Da revista Página 9 (número 13, maio de 2004), numa reportagem sobre Kazumi Taguchi, que ficou 32 anos como vereador em Maringá:
Um dos assuntos que mais destacaram a atuação de Kazumi Taguchi nos anos 70 foi sua intervenção no chamado “escândalo do banheiro”. O então prefeito Silvio Barros, a pretexto de recepcionar autoridades, encaminhou projeto de lei solicitando que a reforma do banheiro de sua residência fosse paga com dinheiro público. Foi em 1973 e os dois jornais da cidade se dividiram: “O Jornal”, que era órgão oficial da prefeitura, defendia a construção de um banheiro social; a “Folha do Norte” questionava o uso do dinheiro público na casa do prefeito.
O deputado federal Ary de Lima fez pronunciamento denunciando o fato no Congresso Nacional e Maringá virou motivo de chacota em todo o país. Ary de Lima, autor do Hino a Maringá, lamentou a atitude do prefeito, classificando o procedimento de “tão esquisito quanto original”. Kazumi Taguchi, que era da Arena, pediu a constituição de uma CPI para investigar a denúncia de que a verba já teria inclusive sido gasta antecipadamente. Travou-se na cidade, durante agosto daquele ano, uma discussão aprofundada sobre o banheiro da residência particular do prefeito Silvio Barros, tido como um progressista.
O projeto falava em “adequação” no banheiro da residência e solicitava Cr$ 3 mil dos cofres da Prefeitura Municipal de Maringá para custear as obras, sem entrar em maiores detalhes.
O número de assinaturas para a constituição da CPI não foi alcançado, a CPI acabou não saindo e o assunto foi contornado politicamente, com a intervenção do então presidente da câmara, Valter Pietrângelo. A informação de que a verba solicitada pelo prefeito já teria sido gasta antecipadamente na reforma do banheiro nunca foi confirmada oficialmente.
