Câmara vota cassação de vereadora

Expectativa é de que a votação aconteça na semana que vem; ré em ação de improbidade administrativa ajuizada pela Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público, ela pode perder o mandato por 12 votos a 2

A Câmara Municipal de Maringá deve votar na semana que vem, terça ou quinta-feira, o parecer da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, acionada por representação que pede a cassação da vereadora Cris Lauer. O teor do relatório deve confirmar o conteúdo da ação civil pública movida pelo Ministério Público.

Ela deveria ter sido ouvida em duas oportunidades para se defender, mas não compareceu; ontem, somente o seu ex-chefe de gabinete depôs e teria confirmado, como fez em juízo, ter realizado trabalhos particulares para Lauer, o que configuraria improbidade administrativa (enriquecimento ilícito).

Apesar de não aparecer para se defender na comissão do Legislativo, a vereadora continua se apresentando como vítima nas redes sociais, onde sempre atacou seus colegas de Câmara. Chegou a divulgar um vídeo do ex-procurador Deltan Dallagnol criticando o processo e sugerindo seu engavetamento. A questão é que se trata de uma ação ajuizada pelo MPPR e não por vereadores.

Se a votação da cassação de Cris Lauer fosse hoje, diante das provas e das admissões das irregularidades cometidas por ela, a perda do mandato se daria por ao menos 12 votos contra 2 (o presidente da casa só vota em caso de empate).

Novo quase desistindo – A direção do Partido Novo procurou dias atrás o deputado federal Ricardo Barros (PP), secretário do governador Ratinho Junior (PSD), com uma proposta clara: a sigla não lançaria candidatura ao Executivo se ele impedisse a cassação da vereadora Cris Lauer.

Barros ficou surpreso e apresentou vários argumentos para não se envolver na situação. A proposta teria sido feita também a um pré-candidato a prefeito, cujo partido tem dois vereadores: apoio em troca da não cassação.

Comenta-se hoje que o Partido Novo tem dificuldades para montar a chapa de candidatos a vereador. “Quem quiser ser candidato terá que bancar do próprio bolso”, disse um pré-candidato. O Partido Novo dificilmente terá pré-candidato a prefeito.

Foto: Marquinhos Oliveira/CMM