Tanto Biden como Trump são o clássico exemplo de pessoas idosas com os problemas típicos do envelhecimento

Num primeiro momento olhamos para o lado que se mostra mais evidente, porém, logo buscamos compreender a cena completa, e ficamos atentos aos detalhes… Parece ser essa a forma comum que desenvolvemos ao observar os fatos. Evidente que com a experiência aperfeiçoamos essas estratégias. Pois, depois de concordar que o presidente dos Estados Unidos foi muito mal no debate com Trump, e relacionar essa situação com a idade, houve uma posição unânime para ele renunciar à sua candidatura.

Biden, num gesto de grandeza, renunciou abrindo a possibilidade para que Kamala Harris (59) a primeira mulher vice-presidente, fosse à frente na busca dos apoios necessários para sua indicação como candidata do partido Democrata.

A questão que permaneceu em silêncio foi que tanto Biden quanto Trump têm idade muito próximas, uma diferença de 4 anos, assim, dentro de um par de anos Trump também será um octogenário.

Se Biden na sua condição física e mental mostrou no debate, cansaço, lentidão, e silêncio, por outro lado Trump foi agressivo, fez declarações falsas, por momentos se exaltou, estava agitado e segundo a imprensa americana mentiu repetidas vezes, incluso chamou Biden de mentiroso.

A impressão que tenho é que esses fatos são a frente e verso de uma mesma moeda. Ou seja, tanto Biden como Trump são o clássico exemplo de pessoas idosas com os problemas típicos do envelhecimento.

Conviver com o próprio processo de envelhecer não é fácil para muitos de nós, em alguns, a perda do vigor físico e mental suscita comportamentos agressivos, bem como o desenvolvimento de estratégias mentais que alteram a percepção da realidade, o que é percebido através das falsas informações e discursos agitados.

Nesse ponto, um dos fortes indicadores é a carência de empatia, ou seja, se um outro sujeito está fragilizado, a tendência normal seria se solidarizar, diminuir a agressividade, e na política, de forma ética, aproveitar o momento, mas não ignorar o fato, ainda mais num debate no qual se está face a face. Mas Trump ignorou tudo, como se nada estivesse acontecendo, é o que Trump fez, zero empatia.

Assim, como o partido Democrata está em processo de mudança de candidato, é provável que a escolha na chapa do candidato de vice-presidente, o senador J.D. Vance (39), tenha sido a percepção que Trump nada mais é que o verso de uma mesma moeda da velhice, que pode ficar no controle do famoso botão vermelho…