Meia volta?

Deltan Dallagnol, do Partido Novo, estaria a um passo de trocar o PSD pelo União Brasil, em Curitiba

Em Curitiba, nas hostes palacianas, a preocupação hoje não foi com a entrevista do maringaense Sergio Moro (União Brasil), sua mulher, Rosangela, eleita deputada federal por São Paulo, e o deputado Ney Leprevost.

A preocupação era com Deltan Dallagnoll, ex-procurador da República e que ainda se apresenta nas redes sociais como o “deputado federal mais votado do Paraná”, embora tenha sido cassado o registro de sua candidatura. Ele já havia anunciado seu apoio ao atual vice-prefeito da capital, Eduardo Pimentel (PSD), mas estaria recuando diante da novidade Leprevost-Rosangela Moro. Palavra dada não precisa necessariamente ser cumprida, neste ramo eleitoral.

A tendência seria abrir mão do que foi combinado (hoje o Partido Novo tem até cargo no governo estadual) e fechar parceria com o ex-juiz, com quem atuou fortemente contra os políticos na Lava-Jato. Dallagnol daria mais um passo ao rejuntar-se oficialmente com o senador, pensando em 2026.

De outro lado, ao antecipar em dois anos a disputa pelo governo do estado, Moro comete (mais um) erro de estratégia política. “Vai ter que aguentar as consequências”, diz ex-deputado que vê o senador voltando a se atritar com os políticos depois de ter sido absolvido pela Justiça Eleitoral. De caça-político virou um político, mas ainda longe de saber como se faz.