Antiga rodoviária
Por Adilson Costa, há quase 15 anos
Antiga rodoviária,
Saudoso tempo do saudoso Américo,
Que desejou fontes na cidade jorrar.
Se hoje vivo, estaria colérico,
Ao ver o prédio que leva seu nome,
Virar ruínas e seus pedaços a espalhar.
Oh, antiga rodoviária da nossa Cidade Canção,
Chega a chorar de tristeza ao te ver,
Sempre foste monumento de orgulho,
Hoje, abandonada sem razão,
Vejo nossa história virar entulho.
Latões te cercam como se fosses culpada,
Fizeste o que podias, resististe como pudeste,
Mas sem o nosso povo viraste em nada.
Tantos pais, avós e famílias inteiras
Te atravessaram para um abraço,
Foste o centro e fiel companheira,
E dos forasteiros tiraste o cansaço.
Falta mais zelo e dedicação de nossa gente,
Para por ti lutar e te manter de pé,
Para que não reste apenas lembranças e fotos,
Lutemos por ti, deixemos-te como és.
Que a ganância de poucos seja afastada,
Esqueçam prédios de compras ou obras do futuro,
Essa conversa chocha não valerá de nada,
Tiremos-te e revivamos-te do monturo.
Acordem, minha gente, e por ela vamos lutar,
Reformem-na, tombem-na e deixem nossa história viver,
Deve ser orgulho de um povo zelar pelo passado,
E seremos um povo pobre se do passado esquecer.
Essas palavras são somente um desabafo,
De um forasteiro que a esta terra aprendeu a amar.
Construamos uma cidade do futuro,
Com luzes neon, túneis e rodovias ao seu redor,
Mas, por favor, não deixem algo importante de lado.
Nenhum povo deste mundo tem futuro
Se simplesmente apagar o seu passado.
(Poema de Adilson Costa em 20/11/2009)
O retrato de um povo é, sem sombra de dúvida, seu passado. Aqui em Maringá, sempre tivemos como cartões-postais nossa rodoviária e a catedral. A rodoviária foi interditada há alguns anos e, desde então, tem sido palco de disputas e tomadas de poder por parte de vários setores. Uns querem demolir o antigo prédio e construir um edifício moderno com vários pavimentos; outros, construir um shopping. Enfim, minha posição é que a tombem como patrimônio histórico, que a reformem e a tornem um local de visitação, para que as próximas gerações possam se orgulhar do nosso passado.
Foto: Eu Amo Maringá