Prefeito perfeito

Prefeito é prefeito, não importa se de uma cidade pequena ou uma metrópole

Isoladamente, cada palavra tem o mesmo número de letras, apenas com inversão na ordem das segunda e terceira, mas com significados totalmente diferentes.

Prefeito, segundo os dicionários, significa o superior de uma comunidade eclesiástica.(…) pessoa que chefia o poder executivo nos municípios brasileiros.
Perfeito é o que não tem defeitos; ideal, impecável; excelente. Que está terminado; sem falhas, lacunas; completo, absoluto, total. Que se sobressai por ser excepcional; magistral. De aspecto belo; em que há elegância; bonito, elegante.

Logo, falando de prefeito como chefe do poder executivo municipal, é forçoso concluir que a expressão ‘prefeito perfeito’, pois não há munícipes perfeitos . Só com munícipes perfeitos, isto é, honestos, de moral elevada, formando uma sociedade perfeita, sem defeitos, será possível eleger um prefeito perfeito.

Mas assistindo ao horário eleitoral chegamos à conclusão que a maioria dos
candidatos deixa transparecer perfeição, e não só entre os a prefeito. A vereador, também, muitos postulantes querem nos convencer que o são puros, justos e perfeitos.

É, digamos, ‘meta divina’, que os seres humanos sejam perfeitos, no verdadeiro
sentido da palavra. Deus nos criou, a todos, como Espíritos simples e ignorantes,  ou seja, sem conhecimento. Deu a cada um uma missão, com o fim de os esclarecer e progressivamente conduzir à perfeição, pelo conhecimento da verdade e para os aproximar dele.

A felicidade eterna e sem perturbações eles a encontrarão nessa perfeição. Os
Espíritos adquirem, o conhecimento passando pelas provas que Deus lhes impõe, a cada existência num corpo físico. Uns aceitam essas provas com submissão e chegam mais prontamente ao seu destino; outros não conseguem sofrê-las sem lamentação, e assim permanecem, por sua culpa, distanciados da perfeição e da felicidade prometida.

O que seria um Espírito Perfeito, encarnado ou desencarnado? ‘Segundo Cosme Massi, quando Alan Kardec elaborou a escala espírita, estabeleceu que os Espíritos puros ou perfeitos constituem uma classe única, por uma razão muito simples: o que caracteriza o Espírito puro ou perfeito é a superioridade intelectual e moral absoluta, e ter alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura. Espírito puro é aquele que atingiu o topo do processo evolutivo, que conhece a verdade e que vive integralmente a lei de Deus.

Como diferenciar um Espírito puro de outro? Como dizer que um é mais evoluído que o outro, se todos atingiram a soma da perfeição possível de ser alcançada? Tarefa difícil.

Alguns querem estabelecer uma hierarquia com base em atividades, ou funções, e
argumentam: “Talvez um Espírito puro dirija um planeta, outro mais puro ainda dirija dois, três, e outro, uma constelação.” Mas isso não tem nada a ver com grau evolutivo da escala espírita proposta por Kardec, que se baseou na evolução moral e intelectual dos Espíritos! Dirigir um, dois, mil planetas é atividade, é função, como um prefeito em relação a um munícipe.

Mas os problemas para se fazer esse tipo de classificação utilizando atividades e funções são muito maiores, visto que, por exemplo, poderíamos perguntar: tem peso diferente na classificação dirigir um planeta de provas e expiações, ou um de regeneração, ou dirigir um ditoso? Como não existem dois mundos idênticos, teríamos para cada mundo um nível de classificação? É lógico que não se consiga
estabelecer uma classificação de hierarquia por atividade. Isso foge às possibilidades da nossa razão.’

E concluímos, dizendo que prefeito é prefeito, não importa se de uma cidade pequena ou uma metrópole. Prefeito perfeito será o Espírito perfeito, puro, encarnado, mas isso está longe de acontecer, no atual estágio da humanidade terrestre.

Façamos a melhor escolha, entre os candidatos menos imperfeitos. Prefeito perfeito, repito, não existe, nem existirá, enquanto maioria formos de eleitores imperfeitos.

Foto: Merlin Lightpainting/Pexels