Problemas no CAP
“Mais uma expressão do descaso do governo com a escola pública”
Uma caixa de disjuntores do Colégio de Aplicação Pedagógica da Universidade Estadual de Maringá queimou hoje, deixando centenas de crianças sem a menor condição de ter aulas, em salas super abafadas sem ventiladores ou ar-condicionado. O problema não é novo, segundo texto da direção distribuído no início da noite. As quedas de energia são frequentes e a caixa de disjuntores vem se deteriorando. Hoje, por pouco não explodiu.
“A direção da escola correu para comprar outra. Só conseguiu graças aos recursos arrecadados pela APMF na festa junina. Mais uma vez usando recursos próprios para fazer uma manutenção que o estado deveria pagar.
Servidores da UEM estão trabalhando incansavelmente para tentar recolocá-lo no lugar e ligar a energia. Ficarão até a noite, mas não há ainda certeza se a energia será ligada amanhã!
A direção do CAP dialogou com pais e professores da APMF sobre o problema. A reflexão do grupo indicou que era melhor dispensar os alunos, pois é realmente insustentável ter aula nessas condições. Os alunos vão desmaiar de calor.
No entanto, a chefe do Núcleo de Educação impediu, preocupada com faltas, alegando que não há espaço para repor aulas depois. Para os burocratas do núcleo de educação, o importante é a “presença”, é contar na “meta”, ficar bem no Ideb, mesmo com aluno desmaiado ou sem a menor condição de aprender algo!
O problema atual é mais uma expressão da falta de autonomia e de investimento no CAP (e em diversos espaços públicos frequentados por nós, trabalhadores). Nos espaços frequentados pela alta sociedade, pelos empresários que se enlaçam com o governo, nos gabinetes desses políticos, dá até para lamber o carpete, de tão limpo! As luzes são de led e o ambiente climatizado… propício para suas negociatas!
Nós e nossas crianças, no entanto, ficamos expostos a essa situação lastimável! É revoltante, mas revela, mais uma vez, o projeto de sucateamento e controle que a classe dominante quer nos impor! Que essa nossa revolta encontre um sentido de luta!”, frisa o texto.