Vitória pírrica
Sessão suspensa pela Justiça Eleitoral, comemorada pelo vereador Rafael Roza (acima, levantando-se para fazer vídeo), foi sendo fruto dos inúmeros recursos que a vereadora acusada de improbidade utilizou ao longo dos processos
A decisão do juiz eleitoral Rafael Altoé determinando a suspensão da sessão que deveria julgar a vereadora Cristianne Costa Lauer (Partido Novo) foi cumprida pela direção do Legislativo, apesar da surpresa em alguns causídicos. É que a ação que originou a ação, a partir de uma representação do PT, não é eleitoral, e sim da Promotoria do Patrimônio Público e da Vara da Fazenda Pública. Pela manhã, o juízo da própria 1ª Vara da Fazenda Pública havia negado o pedido.
De acordo com especialista, a vereadora, acusada de improbidade administrativa (enriquecimento ilícito), por ter usado servidor público para tarefas pessoais, inclusive tendo confessado o delito em áudio, vive uma espécie de vitória de Pirro. A sessão que ela conseguiu suspender, através do Partido Novo, junto à Justiça Eleitoral, e que tratou como uma espécie de absolvição a tudo que de errado cometeu, iria acontecer hoje justamente por conta dos inúmeros recursos que ela mesma, defensora do moral e legal, promoveu. Alguns deles absurdos, apenas protelatórios, sem sentido jurídico algum.
“Agora inês já é morta, a decisão eleitoral não mudará a tempo de uma nova agenda para esta semana, mas é um fato”, analisa. A suspensão dura até o dia das eleições e dificilmente será contestada no Tribunal Regional Eleitoral, visto que o presidente Mário Hossokawa (PP) tem se pautado pela obediência às decisões judiciais. Mas esta frente aberta em novo nível, o eleitoral, tem data para terminar. E aí soará a frase de Pirro: “Outra vitória como esta e estamos acabados”.