Investigação de desvios em compra de vacina contra a covid-19 volta ao STF
O possível envolvimento de Ricardo Barros, ex-ministro da Saúde, será investigado
A Justiça Federal de Brasília enviou ao Supremo Tribunal Federal mais de uma investigação relacionada com a CPI da Pandemia por causa do possível envolvimento do deputado licenciado Ricardo Barros (PP), atual secretário de Indústria, Comércio e Serviços do governo Ratinho Junior. A informação foi publicada em reportagem do jornalista José Marques na Folha de S. Paulo, na sexta-feira, e reproduzida pelo site Congresso em Foco.
Os processos, segundo a reportagem da Folha, aguardam manifestação da Procuradoria Geral da República e estão sob a relatoria do ministro Kassio Nunes. A investigação busca por supostos crimes de fraude em licitação e peculato envolvendo a empresa Precisa Medicamentos, que intermediou a compra da vacina Covaxin no governo Bolsonaro. O Ministério Público aponta irregularidades relacionadas ao dono da empresa, Francisco Maximiano, e investiga a possível falsificação de uma procuração apresentada pela Precisa para se apresentar como representante no Brasil da Bharat Biotech, fabricante da vacina.
A Folha procurou os advogados do empresário Francisco Maximiano, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, mas eles não se pronunciaram. O deputado Ricardo Barros se manifestou por meio de sua assessoria e declarou que já provou sua inocência e que sua acusação foi arquivada em 2023 pelo STF.
Ricardo Barros, hoje, está licenciado do cargo de deputado para exercer a função de secretário de Indústria, Comércio e Serviços do Governo do Paraná, na gestão de Ratinho Júnior (PSD). Foi líder do governo na Câmara durante o governo de Jair Bolsonaro e, na CPI da Pandemia, chegou a ser citado nominalmente pelo então deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) como favorecido em um suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana.
Foto: Arquivo/Foto: Isac Nóbrega/PR