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Antigo ‘Muro da vergonha’, no Conjunto Santa Felicidade, está ganhando beleza

“Muros que Unem” é um projeto idealizado pelos os artistas Frank Paris e Melina Ramos, produzido com verba de Incentivo à Cultura (Prêmio Aniceto Matti).

Há alguns anos o levantamento do muro foi feito para isolar o que os governantes conideravam depreciativo ao mercado imobiliário local; os recursos foram obtidos junto ao Ministério das Cidades para “desfavelizar” o que nunca foi favela. O projeto cultural resgatou o local, na avenida Cerro Azul, tornando-o mais belo, uma espécie de museu grafitado.

Mateus Rosa, sobre a obra de arte que ele fez no muro no domingo passado (acima), disse que “ideia do meu trabalho foi fazer relacionado à construção do muro que foi feito há uns anos com recurso público pra isolar o bairro considerado marginalizado. Com isso em mente criei esse desenho onde a cabeça do homem que está desconfigurada representa os moradores que foram enclausurados por esse muro, por isso o rosto é todo formado por concreto, raízes e terra. As duas casas no olhar remete as casas que ali ainda existem em meio a essa muralha, ainda há vida lá, mesmo as pessoas se negando observar. As mãos em volta seria a própria sociedade preconceituosa em volta dessas pessoas que aprisiona os moradores em pequenos potes de vidro e os deixa de lado.” Confira abaixo alguns dos trabalhos: