Semeadores

uando semeamos informações falsas, carregadas de ódio, dependendo do campo em que essas sementes caem, podem nascer, crescer, multiplicar

Assistindo  palestra proferida por Pedro Moro, sobre A Parábola do Semeador, ocorreu-nos tentar fazer uma analogia com o que podemos semear no nosso dia a dia, sobretudo nas redes sociais.

Nos últimos anos aprendemos que a expressão ‘fake news’ significa informações falsas, muitas vezes criadas com objetivos políticos, propositalmente. E muitos ajudamos a espalhá-las, compartilhando, logo semeando, às vezes inocentemente, acreditando no conteúdo dessas publicações  em boa parte de ódio. O pior é que muitos, que se dizem cristãos, são responsáveis por lançarem as primeiras sementes, contrariando os ensinamentos de Jesus.

A propósito, vejamos um exemplo de  notícias que merecem ser semeadas, extraída do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, com o título: A parábola do semeador:

Naquele mesmo dia, tendo saído de casa, Jesus sentou-se à borda do mar; em torno dele logo reuniu-se grande multidão de gente; pelo que entrou numa barca, onde sentou-se, permanecendo na margem todo o povo. Disse então muitas coisas por parábolas, falando-lhes assim:

Aquele que semeia saiu a semear;  e, semeando, uma parte da semente caiu ao longo do caminho e os pássaros do céu vieram e a comeram.  Outra parte caiu em lugares pedregosos onde não havia muita terra; as sementes logo brotaram, porque carecia de profundidade a terra onde haviam caído. Mas, levantando-se, o Sol as queimou e, como não tinham raízes, secaram. — Outra parte caiu entre espinheiros e estes, crescendo, as abafaram. — Outra, finalmente, caiu em terra boa e produziu frutos, dando algumas sementes cem por um, outras sessenta e outras trinta. — Ouça quem tem ouvidos de ouvir. (S. Mateus, 13:1 a 9.)

Escutai, pois, vós outros a parábola do semeador.  Quem quer que escuta a palavra do reino e não lhe dá atenção, vem o espírito maligno e tira o que lhe fora semeado no coração. Esse é o que recebeu a semente ao longo do caminho. — Aquele que recebe a semente em meio das pedras é o que escuta a palavra e que a recebe com alegria no primeiro momento. Mas, não tendo nele raízes, dura apenas algum tempo. Em sobrevindo reveses e perseguições por causa da palavra, tira ele daí motivo de escândalo e de queda. — Aquele que recebe a semente entre espinheiros é o que ouve a palavra; mas, em quem, logo, os cuidados deste século e a ilusão das riquezas abafam aquela palavra e a tornam infrutífera. — Aquele, porém, que recebe a semente em boa terra é o que escuta a palavra, que lhe presta atenção e em quem ela produz frutos, dando cem ou sessenta, ou trinta por um. (S. Mateus, 13:18 a 23.)

A parábola do semeador exprime perfeitamente os matizes existentes na maneira de serem utilizados os ensinos do Evangelho. Quantas pessoas há, com efeito, para as quais não passa ele de letra morta e que, como a semente caída sobre pedregulhos, nenhum fruto dá!

Não menos justa aplicação encontra ela nas diferentes categorias espíritas. Não se acham simbolizados nela os que apenas atentam nos fenômenos materiais e nenhuma consequência tiram deles, porque neles mais não veem do que fatos curiosos?

Os que apenas se preocupam com o lado brilhante das comunicações dos Espíritos, pelas quais só se interessam quando lhes satisfazem à imaginação, e que, depois de as terem ouvido, se conservam tão frios e indiferentes quanto eram?

Os que reconhecem muito bons os conselhos e os admiram, mas para serem aplicados aos outros e não a si próprios? Aqueles, finalmente, para os quais essas instruções são como a semente que cai em terra boa e dá frutos?

Assim podemos concluir que quando semeamos informações falsas, carregadas de ódio, dependendo do campo em que essas sementes caem, podem nascer, crescer, multiplicar. Todos temos o dever de, filtrando-as, sermos um campo de pedra que faça com essas sementes não germinem, ou  de modo a serem consumidas  pelos pássaros.

Sejamos semeadores, somente,  de boas novas do   amor e da verdade, como nos ensina o Mestre de Nazaré.

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