Tome tento, cabeça branca


O ex-prefeito de uma importante cidade do Paraná nunca teve compromisso com ninguém além de si mesmo
Se tem uma coisa que a política ensina é que lealdade é um luxo para poucos. E luxo, convenhamos, nunca foi o forte do nosso querido “Cabeça Branca”. Ele sempre preferiu algo mais versátil, digamos, um figurino que se ajusta ao evento. Hoje, ele circula sorridente pelos corredores do poder, como se tivesse cadeira cativa no governo Ratinho. Amanhã? Bom, amanhã ninguém sabe. Nem ele.
O ex-prefeito de uma importante cidade do Paraná nunca teve compromisso com ninguém além de si mesmo. Dizem por aí que já conta como certa uma secretaria no governo estadual. Confiante, como sempre. O detalhe é que, nos bastidores, a simpatia por Ratinho nunca foi das mais calorosas. Mas isso é um pequeno detalhe, não é mesmo? Afinal, política é arte. E ele é um artista.
Caso a nomeação não venha, o plano B já está no bolso do paletó. Há tempos, ele ensaia um pas de deux com Sérgio Moro, prometeu apoio na campanha de 2022, entregou pela metade e saiu com a fama de aliado, sem nunca ter sido. Agora, desliza entre o grupo de Ratinho e o de Moro, tentando ver onde a cadeira será mais confortável. Como bom socialite da política, também dá um jeitinho de se aproximar de velhos conhecidos, como Alexandre Curi, mesmo aqueles a quem já torceu o nariz. Ricardo Barros… Os nomes variam, mas o jogo é o mesmo: um sorriso, uma conversa ao pé do ouvido, um aceno de quem sempre esteve por perto.
A questão é: até quando dá para manter tantos pratos girando sem que um caia? Porque, no fim das contas, todo oportunista acaba ficando sem convite para o baile. E quando a orquestra parar de tocar, resta saber se Cabeça Branca ainda terá onde sentar.
De sua vidente dos segredos ocultos, Madame Savage.
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