Recursos humanos, o maior patrimônio

Continuo entendendo que recursos humanos é o maior patrimônio de qualquer empresa, mas a substituição de profissionais antigos é inevitável

Uma postagem do jornalista Messias Mendes, tratando do desligamento da jornalista Solange Riuzin, pela RPC, após 37 anos de serviços prestados, me fez recordar o tema da redação do concurso interno do Banco do Brasil, de 1978, quando fui aprovado para o nível médio, depois superior, exatamente do título desta.

A redação era escrita, manualmente,  em no máximo 20 linhas. Na época eu era um jovem sonhador em fazer carreira do BB,  que nem de longe imaginava que um dia viria a escrever para o maior Blog de Maringá, talvez do Paraná, um dos maiores do Brasil, o Blog do Rigon, e Jornais como o Jornal do Povo e O Diário, além de outros. 

Lembro que comecei assim o texto: ‘Embora não conste dos balanço do Banco, o  seu quadro de funcionários é o seu maior patrimônio. Bem mais tarde, em 1991, ou 92, tive, certamente, a maior aparição na imprensa, ao ser entrevistado, como Gerente Geral da Agência de São João do Ivai – PR,  pela Solange Riuzin, então uma jovem repórter, em começo de carreira,  em matéria para o Globo Rural (foi ao ar) sobre a crise do algodão no vale do Ivaí e os protestos de agricultores, que fechavam estradas e agência bancárias. Provavelmente, nunca mais tivemos tantas pessoas nos vendo ao mesmo tempo, em todo o Brasil. A postagem do Messias é a seguinte:

É assim que a banda toca, Solange – Foi-se o tempo em que os veículos de comunicação, inclusive a TV, preservavam os seus bons profissionais, sempre disputados pelos concorrentes. Repórteres, redatores e editores, eram tidos como patrimônio da casa e os empregadores, como foi o caso do seu João Milanez na Folha de Londrina e do próprio Roberto Marinho na Globo, só admitiam ficar sem eles quando os mesmos se aposentassem.

Mas isso é passado, as empresas de comunicação hoje tem seus profissionais, por mais qualificados que sejam, como produtos facilmente descartáveis. É o caso que se vê agora, da pequena grande mulher Solange Riuzim, demitida da RPC de Maringá após 37 anos de bons serviços prestados. Solange era sim uma referência da reportagem televisiva de nossa cidade e quanto mais o tempo passava melhor ela ficava. Por que foi demitida? Não sei, mas não deve ser diferente do que tem acontecido com tantos patrimônios das grandes redes e dos grandes jornais brasileiros.

O argumento é sempre redução de custos, na lógica de que, com o salário de um funcionário antigo dá pra contratar três ou quatro novatos. Resumo da ópera: esse argumento escroto está na origem da queda sistemática de qualidade que se verifica faz tempo no jornalismo brasileiro.

(Aliás, vale a observação de que nesses tempos de fake news, nunca foi tão necessário à democracia em geral e ao jornalismo em particular, os bons profissionais de comunicação. Minha solidariedade à colega Solange, com quem tive o prazer de trabalhar como editor na TV Cultura (hoje RPC), a qual está, desde sempre, amolando o facão do corte , não de gastos, mas de cabeças”.

E concluo (Akino), dizendo que continuo entendendo que recursos humanos é o maior patrimônio de qualquer empresa, mas a substituição de profissionais antigos é inevitável. Bola pra frente, Solange, você é muito nova e eu sou exemplo. Sai do Banco, por aposentadoria, em 1996 e continuo trabalhando até hoje, sem intenção de parar.