Quem achou que a partida estava decidida subestimou o enxadrista mais experiente da mesa, agora presidida por Majô (foto)

O tabuleiro político de Maringá estava montado. De um lado, Silvio Barros II, o rei que precisava manter a maioria na Câmara para governar sem turbulências. Do outro, Mario Hossokawa, o veterano enxadrista que sabe que, no jogo político, nem sempre quem parece estar no comando é quem realmente manda.

Até o sábado à noite, a estratégia parecia funcionar. O cavalo Odair Fogueteiro avançava rumo à presidência da Câmara, e por estratégia do prefeito Luiz Neto, um peão que se movimentou rápido e silenciosamente, já havia se tornado o líder do governo na Casa. Essa decisão ainda não era oficial, mas que pessoas próximas ao prefeito circulavam há semanas. Para manter a paz no tabuleiro, Silvio armou um jogo que atendia a todos. Majô seria presidente, Fogueteiro ficaria na primeira secretaria e Hossokawa, mesmo sem gostar, aceitaria a segunda secretaria. Isso seria feito por convencimento do prefeito ao futuro líder como prêmio de consolação. Com esse arranjo, Silvio garantiria sua base, evitaria conflitos e, se necessário, ainda tinha uma carta na manga. O bispo Luiz Alves, vereador licenciado e secretário, poderia ser chamado de volta ao jogo caso as peças não se alinhassem como ele queria, assumindo a presidência no lugar de Majô.

Mas quem achou que a partida estava decidida subestimou o enxadrista mais experiente da mesa. Na manhã da votação, Mário Hossokawa fez seu movimento final. Segundo um grupo de WhatsApp, dez vereadores entraram para uma reunião fechada, a porta foi trancada e o jogo mudou completamente. O acordo de sábado foi descartado e o prefeito, por telefone, foi obrigado a aceitar uma nova configuração. Mario Hossokawa assumiu a primeira secretaria, Fogueteiro foi rebaixado para a segunda com benefícios e Silvio ficou em uma posição delicada, sem poder recuar.

O resultado foi um tabuleiro dividido. O grupo que havia fechado acordo com Silvio sentiu o peso do xeque-mate de Hossokawa. Alguns poucos saíram vencedores, como Majô, Mario e Fogueteiro, que garantiram seus cargos. Enquanto isso, a maioria dos vereadores apenas observou os mestres do jogo redistribuírem o poder. No final, ficou claro que, em Maringá, o prefeito pode tentar jogar, mas quem realmente decide os movimentos é Mario.

E essa partida, mais uma vez, foi vencida por ele. Mas a história pode não ter acabado… A Câmara está dividida.

Da dama da união,
Madame Savage

Foto: Rafael Silva