Na festança da Acim


O que mais se comentou no dia seguinte foi sobre ausências
Ah, meus amores, se tem algo mais elegante que um jantar de gala, é o silêncio que se instala nas entrelinhas dos discursos e nos enquadramentos dos vídeos institucionais. A posse da nova (velha) diretoria da Acim foi um desses eventos em que o brilho do salão não conseguiu ofuscar a ausência que ecoava nos corredores.
A presidência foi reassumida com pompa e um certo ar de “estamos aqui de novo”, mas o que mais se comentou no dia seguinte, na tradicional boca maldita, esse café de língua solta, foi quem não esteve lá.
Ulisses Maia, ex-prefeito, ex-queridinho de alguns setores e atual secretário de Estado, não apareceu. Pior: nem foi mencionado. Nem uma linha, nem um frame, nem um respiro. Foi tão ignorado que até Scabora, aquele vice que a gente às vezes esquece que existiu, teve seu momento de tela.
A desculpa oficial? A representação do governo ficou por conta de Guto Silva, pré-candidato ao governo e maringaense de batismo. E enquanto Guto sorria para as câmeras, Ulisses era apagado com borracha grossa da memória coletiva da entidade.
Fontes sussurram que ele não foi convidado. Outras juram que foi sim, mas fez o fino e ignorou. A verdade, como sempre, está guardada entre a mão que (talvez) entregou o convite e o olhar que (quem sabe) o leu e rasgou.
O que ninguém discute é o desconforto. Comentam que muita gente na entidade nunca engoliu as decisões desde a pandemia que reduziram seu protagonismo. A relação, já fria, congelou de vez.
Seja por mágoa ou por estratégia, a ausência do ex-prefeito pode não ter sido sentida, mas foi repercutida até pelas desavenças que se incomodam com a sua presença. E, como diria uma velha amiga da corte, quando os holofotes se voltam apenas para alguns, é porque os fantasmas no fundo da sala ainda incomodam demais.
Até a próxima, daquela que nunca precisa de convites,
Madame Savage.
Foto: Redes sociais/Acim