Por 16 a 7, vereadores aprovam criação de 25 novos cargos comissionados

Número de CCs praticamente dobra na Câmara Municipal de Maringá (137) em relação ao de servidores efetivos (76); acima, o painel com o voto de cada vereador
A Câmara de Maringá aprovou por 16 votos a 7 o projeto de lei que cria 25 novos cargos comissionados, o que praticamente dobra o número de cargos comissionados (nomeados por indicação política) em relação ao número de funcionários de carreira. Os CCs passam a ser 137 e os efetivos permanecem 76. A aprovação foi em regime de urgência, durante a sessão ordinária de hoje.
O regime de urgência foi confirmado antes, por 13 votos a 9, mas o projeto foi aprovado por 16 a 7. Votaram favoravelmente: Akemi Nishimori, Bravin Junior, Diogo Altamir da Lotérica, Flávio Mantovani, Guilherme Machado, Ítalo Maroneze, Jeremias, Lemuel, Luiz Neto, Majô, Maninho, Odair Fogueteiro, Pastor Sandro, Sidnei Telles, Uilian da Farmácia e William Gentil. Votaram contra o aumento do número de cargos de confiança: Angelo Salgueiro, Cris Lauer, Daniel Malvezzi, Giselli Bianchini, Mario Hossokawa, Mário Verri e Professora Ana Lúcia.
Pouco antes da votação usaram a tribuna os vereadores Mari Verri e Hossokawa. Verri (PT) lembrou que está na casa há 21 anos, que houve problemas com números de CCs e que o projeto apresentado por parte da mesa (4 dos 7 assinaram) significava que “estamos extrapolando” e que o aumento de CCs não vai mudar a produção da Câmara, já que depende do trabalho de cada vereador.
O vereador Mario Hossokawa (PP) manifestou estranheza pelo fato de o projeto ter sido colocado em votação sem a unanimidade da mesa e lembrou o ocorrido em 2009, quando o Ministério Público do Tribunal de Contas interveio para provocar a proporcionalidade. À época a Câmara de Maringá tinha mais de 160 cargos comissionados e teve que reduzir para 70, número equivalente dos servidores efetivos. Disse do desgaste provocado com a exoneração, que era imperiosa diante da legislação e também da vistoria realizada pelo Corpo de Bombeiros, que determinou normas para abrigar os funcionários dos gabinetes. Hossokawa se disse preocupado porque a Câmara acabou de passar de 15 para 23 vereadores, o que provocou a criação de mais 32 cargos para gabinetes e outros 10 para a estrutura administrativa. Ele afirmou que a Câmara de Maringá poderá ter “dor de cabeça” com a decisão, um “abacaxi”, que poderá ser judicializado. Hossokawa também informou que, mesmo com a aprovação do projeto, não vai nomear um novo cargo em seu gabinete.
O vereador Daniel Malvezzi justificou o voto dizendo que o que os vereadores fizeram “não é o que o povo espera de nós”.