Mestranda propõe edição de manuscritos da primeira professora municipal de Maringá

Dagmar dos Santos, primeira professora da cidade, e a pós-graduanda Naddia Rocha Alves, que estará no ‘Patrimônio na roda’. Estudo em Letras sugere que sejam editados os caderninhos de memórias e o “Livro de pontos e reuniões” da educadora

A pós-graduanda Naddia Rocha Alves obteve o título de mestre em Letras pela Universidade Estadual de Maringá ao defender, em julho, dissertação na qual propôs a edição de dois manuscritos da primeira professora da rede municipal de Maringá, Agmar dos Santos.

Mulher negra, conhecida por Dona Aguiar, ela fundou, no início dos anos 1950, a primeira escola do município, um estabelecimento rural que nasceu nos fundos da casa da professora. Um dos manuscritos é o caderninho de memórias da professora e o outro é o “Livro de pontos e reuniões”, que, na verdade, é o material que ela usava para planejar as aulas. 

Segundo Alves, “Dona Agmar era uma mulher negra muito corajosa, sendo uma figura fundamental da história da educação em Maringá”. 

A pesquisa teve a orientação do professor e pesquisador Hélcius Batista Pereira, que, além de docente do Programa de Pós-Graduação em Letras, dá aulas para o Programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras), também da UEM.

Convidada pela Secretaria Municipal de Cultura, a mestre em Letras vai compartilhar, no dia 19, o conteúdo da pesquisa com a população no evento “Patrimônio na roda: os manuscritos de Dona Agmar, primeira professora municipal de Maringá: proposta de estudo sob o olhar da crítica genética”.

Conforme a Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (Anpoll), a crítica genética tem como objetivo tecer hipóteses e discutir os processos criativos da literatura, a partir do estudo de arquivos (manuscritos, arquivos digitais, correspondência, diários de escritores, bibliotecas e outros).

Alves considera o evento “Patrimônio na roda” fundamental porque “o tema estudado tem elevado valor social local e porque representa a oportunidade de devolvermos ao município o resultado da pesquisa que se concretizou a partir de material coletado no Patrimônio Histórico de Maringá”.

O encontro terá início às 19h15, no Centro de Ação Cultural Maria Costa, localizado à avenida XV de Novembro, 514, centro. Quem tiver interesse em comparecer pode se inscrever aqui.

O que é o PLE – O Programa de Pós-Graduação em Letras da UEM tem conceito 6 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, órgão do Ministério da Educação. O PLE é uma estrutura organizada de estudos e pesquisa com o objetivo de formar e aprimorar profissionais de alto nível para atuarem nos campos de ensino e pesquisa em linguística e literatura. 

Ele oferece um ambiente integrado de estudos linguísticos e literários. O principal intuito do PLE é capacitar pesquisadores qualificados que contribuam para a produção de conhecimento em suas áreas de concentração.

O fomento para o ensino e pesquisa em programas de pós-graduação está diretamente ligado à avaliação desses programas, que serve como referência para outras agências e instituições de ensino superior.

A avaliação da Capes se baseia principalmente nos dados coletados pela agência, que, anualmente, avalia o desempenho dos programas fornecendo informações detalhadas consideradas uma das bases mais importantes do ensino superior global. 

As notas de 3 a 5 indicam classificações “regular”, “bom” e “muito bom”, enquanto os conceitos 6 e 7 representam excelência reconhecida internacionalmente, acessíveis apenas para programas de doutorado. (Paulo Pupim/ASC/UEM)

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