Alexandre do Brasil


Crônica satírica de um cartão sem chip
Tem circulado nas mídias socioficiais que Visa e Master teriam decretado falência pessoal do ministro Alexandre do Brasil. Algumas fontes citam até o Banco do Brasil como delator, mas todos sabemos: bancos são como confessionários, só abrem a boca quando aparece um vazamento providencial — e, mesmo assim, sem CPF do pecador.
Agora que já temos a informação, vamos à notícia…
Em entrevista à revista Vius, o ministro declarou que, infelizmente, seu Visa Infinite continua ilimitado. “É desesperador”, disse, “já que minha esposa pediu o cartão emprestado para ir ao shopping. Um limite cairia bem para preservar a paz doméstica.”
Sobre a lei estrangeira, Alexandre resumiu: “o nome até soa bem para marca de chicletes, mas em território nacional não serviria para nada — talvez, com sorte, para o saco verde da reciclagem.”
Os colegas de toga não deixaram barato e vieram em solidariedade:
Cármen Lúcia disse que, se cancelarem o cartão de Alexandre, ele será apenas mais um entre milhões de brasileiros que nem sabem soletrar Mastercard.
Flávio Dino, com sua ironia de boteco, comentou que sempre haverá um Elo a uni-los. Cristiano Zanin declarou que, cartões à parte, é solidário ao ministro — mas deixou claro que não empresta o dele nem para Lula. Luiz Fux pediu vistas do cartão e prometeu devolver só depois de duas faturas vencidas. Barroso tentou filosofar sobre crédito e débito, mas o caixa eletrônico recusou “dialética” como forma de pagamento.
E assim segue o Brasil: cartões bloqueados, discursos liberados e ministros em rodinha de solidariedade.
A única coisa infinita mesmo é o limite do deboche nacional.
(*) Israel Marazaki — fiscal por instinto, cronista por raiva e sentinela por missão