Lembrança do Pasquim


Era um humor muito inteligente, numa época que a censura da ditadura era grande
Ao tomar conhecimento da morte do Jaguar, um dos fundadores do Pasquim, lembrei no ano 1974, quando eu era um jovem recém empossado como funcionário do Banco do Brasil, e viajava periodicamente para Foz, com outros colegas, a convite do Dr. Lelis Vieira, advogado Banco e numa dessas viagens havia no carros, um exemplar do jornal, onde li uma historinha que nunca mais esqueci.
Contavam eles que uma jovem de uma comunidade do Rio de Janeiro, de repente começou a ganhar adquirir bens (casa, carro, joias), e na época não havia Pix de fã para fazer aparecer dinheiro em conta, digo eu.
Um repórter foi entrevistar a mãe da jovem e a todas as perguntas ela respondia: ‘ela pode’, ‘ela pode’. O repórter aborrecido, vendo que não arrancava nenhuma explicação para os ganhos da moça, foi saindo sem despedir e a senhora gritou: Vai com Deus, meu philho (disse filho com ph). Era um humor muito inteligente, numa época que a censura da ditadura era grande (ditadura de verdade).
Lembrei disse lendo essa postagem e reforçando o título do Joel, diria “Siga em paz, Jaguar, descanse um pouco e volte a trabalhar para a volta, quando for o tempo”.