IR: lobistas do agro e indústria atuaram na surdina para reescrever projeto, diz site

Emendas para desidratar projeto apresentadas por deputados do PL, Progressistas e Republicanos foram escritas por entidades de lobby.
Reportagem de Thalys Alcântara no The Intercept Brasil aponta que três deputados federais, dois deles do Paraná (Ricardo Barros, do PP, e Diego Garcia, do Repúblicanos) foram usados por lobistas do agro e da indústria e apresentaram emendas para desidratar o projeto de lei de isenção do Imposto de Renda a favor dos interesses dos mais ricos.
“O PL 1087/2025 visa instituir a isenção do imposto de renda para os mais pobres e promover uma maior justiça tributária. Mas, às vésperas da votação, lobistas atuaram na surdina para reescrever o projeto. O Intercept Brasil identificou que três emendas protocoladas por deputados para desidratar a proposta têm como verdadeiros autores representantes do Instituto Pensar Agropecuária, o IPA, e da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, entidades patronais que defendem os donos do agronegócio e grandes empresários.
O IPA é o braço técnico e político da bancada ruralista no Congresso, responsável por redigir e orientar projetos que beneficiam o agronegócio. A CNI representa grandes empresários e indústrias. Atua no lobby legislativo e nos conselhos fiscais do governo, como o Conselho de Administração de Recursos Fiscais, o Carf. Ambas defendem menos impostos e mais benefícios fiscais para seus setores.
As informações que revelam a atuação de lobistas ligados as duas entidades estão disponíveis nos metadados dos documentos dessas emendas inseridos no sistema da Câmara dos Deputados, que revelam os reais autores das propostas. Os deputados responsáveis por apresentarem os textos dos lobistas são Ricardo Barros, do Progressistas do Paraná, Coronel Fernanda, do PL do Mato Grosso, e Diego Garcia, do Republicanos do Paraná. Leia a reportagem na íntegra aqui.
Fotos: Kayo Magalhães/Vinicius Loures/Câmara dos Deputados