Acabou o tesão?


Nos corredores, há quem sussurre: “Volta, Ricardo!”. Sim, o irmão mais velho, aquele que nunca precisou ser prefeito para mandar
Pois é, meus caros. Parece que o amor acabou.
O que um dia foi paixão política, hoje soa como um casamento cansado, daqueles em que o casal só continua junto pela própria soberba de não fechar um ciclo ou, no caso, por acordos e cargos.
Lá atrás, quem viveu sabe: a família Barros era sinônimo de progresso, e de outros adjetivos, mas, mesmo a duras penas, a cidade avançava. Ah, bons tempos… Os mais experientes, como esta colunista que vos escreve, lembram da cidade fervendo de obras, entusiasmo e poder. Mas o tempo passa… e o tesão também.
O que se vê agora é um prefeito exausto, uma prefeitura loteada e uma cidade que virou cenário de disputas familiares e acordos de bastidor. Há quem diga, e não foi pouca gente, que certas decisões de gabinete são mais DR de família do que gestão pública. Que o café com assessores anda mais amargo do que nunca, e que há secretário tapando buraco com eficiência, enquanto outros cavaram rombos na moral da administração.
Silvio, aquele jovem ousado que um dia encantou pela energia, parece hoje mais interessado em justificar os erros e tomar decisões pouco inteligentes politicamente do que em reacender a chama de Maringá. O primeiro ano deste “terceiro casamento” com a cidade tem sido um teste de paciência até para as viúvas que ainda choram pelos tempos dos templos “Maia”, e não falo de arquitetura, e sim de um ex que deixou cicatrizes e saudade em alguns corações administrativos. Aquele cujo nome é ligado ao delírio da prainha e aos transtornos provocados pelo eixo monumental.
Nos corredores, há quem sussurre: “Volta, Ricardo!”. Sim, o irmão mais velho, aquele que nunca precisou ser prefeito para mandar. E muitos, até os menos afetuosos, confessam que, quando ele mandava, pelo menos as coisas aconteciam.
Hoje, o que resta é vaidade, conveniência e o silêncio constrangido de quem finge que ainda acredita no amor.
Maringá vive um casamento sem desejo, e o terceiro mandato de Silvio Barros II parece mesmo um romance que perdeu o fogo.
O tesão acabou, meus amores. E, quando o tesão acaba, até o beijo da política fica sem graça
Daquela que não sente prazer em fingir amor, Madame Savage.