Obra aponta ex-arcebispo de Maringá como titular dos ataques à associação
Uma nota sobre o livro “O comissariado dos Arautos do Evangelho – Crônica dos fatos – 2017-2025 – Punidos, sem diálogo, sem provas, sem defesa” detalha o caso envolvendo a associação, que nos últimos anos foi alvo do que classifica como perseguição de membros da própria Igreja Católica (leia mais).
Um dos apontados como titular dos ataques é dom João Braz de Aviz, que foi arcebispo de Maringá e à época era prefeito do Vaticano. Depois de mais de 60 processos arquivados, o livro esclarece cada ponto a respeito do tema. Confira a nota:
“A notícia acerca da publicação do livro ‘O Comissariado dos Arautos do Evangelho’ correu como centelha pelos meios de informação internacionais. Tal celeridade, prova da atualidade do tema, apresenta o risco de ignorar os motivos que determinaram a elaboração da obra, levando a julgá-la sumária e injustamente.
Há mais de oito anos, com efeito, a Associação Privada Internacional Arautos do Evangelho, e também as duas Sociedades de Vida Apostólica dela surgidas, vêm sendo submetidos a prolongada intervenção do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Esta inexplicável e constrangedora situação suscitou, como é óbvio, perplexidade por parte dos que seguem ou confiam na instituição. Por isso, por dever moral, os Arautos foram impelidos a oferecer-lhes os devidos esclarecimentos. Estava em jogo não apenas a boa fama da instituição e de seus membros – comprometida pelas sombras de dúvidas provocadas pela campanha de calúnias contra a instituição –, mas também a reputação da própria Igreja Católica.
Até agora em silêncio obsequioso, devido ao escândalo que poderia produzir, uma comissão de Arautos com a devida preparação acadêmica elaborou, por fim, este trabalho sob a coordenação do Prof. Dr. José Manuel Jiménez Aleixandre, Doutor em Direito Canônico pelo Angelicum de Roma e Ir. Dra. Juliane Vasconcelos Almeida Campos, doutora em Filosofia. A obra pretende relatar desapaixonadamente os fatos ocorridos ao longo do período em tela.
Apoiada em sólidos e abundantes documentos, a narração é, de um lado, um dever de justiça, já que o prolongamento da situação poderia suscitar suspeitas infundadas sobre a existência de graves delitos na Instituição e, de outro lado, é também um ato de legítima defesa, em vista dos prejuízos acumulados: quase trinta diáconos, por exemplo, não podem ser ordenados sacerdotes; sete turmas de seminaristas ainda não puderam aceder ao diaconado; muitos outros membros estão impedidos de realizar os votos perpétuos ou temporários. Juntem-se ao quadro, os aspirantes que não podem ser admitidos e os adolescentes, com respectivas famílias, que viram truncadas suas aspirações com a suspensão do projeto educativo promovido pelos Arautos do Evangelho. Por fim, acrescentem-se as variadas violações às leis canônicas detalhadas na obra como grave motivação para a sua redação.
O livro em questão, portanto, não é um ataque ou um protesto, nem visa lesar a ninguém. Trata-se de uma mera obra tutelar, acarretada por deveres de consciência, de justiça e de amor à Igreja, com o objetivo, entre outros, de que os descomedimentos de que os Arautos foram vítimas não tornem a se repetir, em prol da justiça e da equânime reparação. A obra encontra-se à disposição dos interessados aqui.”
Fotos: Reprodução
