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Para não esquecer

Semáforos para pedestres mostram boneco usando máscara: testemunha do período trágico da pandemia

Passando por alguns cruzamentos de vias públicas no entorno do Terminal Urbano Intermodal Dr. Said Felício Ferreira, no centro de Maringá, veem-se, ainda hoje, semáforos para pedestres que mostram um boneco usando máscara.

Ocorre que o terminal foi inaugurado oficialmente em 28 de fevereiro de 2020, poucos dias antes de a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretar, em 11 de março de 2020, a pandemia de covid-19, também conhecida como pandemia de coronavírus.

No dia seguinte, 12 de março, o Paraná já registrava os primeiros casos no Estado, detectados em Curitiba e Cianorte, e o Brasil contabilizava a primeira morte devida à doença no país.

Atendendo às orientações da OMS, foram adotadas medidas de distanciamento social e o uso de máscaras, com o objetivo de “achatar a curva” de contágio e, assim, evitar o colapso do sistema de saúde.

Houve um período de quarentena, quando as pessoas foram orientadas a ficarem em suas casas. As atividades escolares foram suspensas, a oferta de transporte público foi reduzida e houve incentivos ao trabalho remoto. Estabelecimentos comerciais não essenciais foram impedidos de funcionar. Também houve restrições de atividades em bibliotecas, cinemas, museus, teatros, bares, restaurantes e clubes.

Em 20 de março de 2020 Maringá já contava com o registro de um caso confirmado. Em maio, mais da metade das cidades do Paraná já havia registrado casos de coronavírus.

Em junho de 2020, já havia mais de 860.000 casos confirmados no Brasil, com 43.332 mortes.

A vacinação começaria apenas em 19 de janeiro de 2021; todavia, em março de 2021 o Brasil estava batendo o recorde diário de mortes durante a pandemia.

Entre os impactos da pandemia, o sistema de saúde passou por uma crise sanitária, quando o país começou a registrar mortes em filas de espera por leitos e alertas para possíveis desabastecimentos de oxigênio e insumos para intubação.

Em 30 de abril de 2021, Maringá atingia a marca de 1.005 mortes por covid-19. Aquele mês de abril foi o pico de mortes registradas no município.

No início de 2022, ocorreu uma nova recidiva na escalada da doença, associada a uma nova variante do vírus. Em 6 de janeiro de 2022, decreto municipal reforçava a obrigatoriedade do uso de máscaras. No dia seguinte, novo decreto obrigava a apresentação de comprovante de vacinação, em algumas situações.

Para incentivar o uso de máscaras, a prefeitura “vestiu” máscara no boneco em alguns dos semáforos para pedestres, para incentivar o uso da proteção.

Em 17 de março de 2022, dois anos após o inicio da pandemia, decreto municipal liberou a população da obrigação de usar máscaras de proteção em ambientes ao ar livre. A decisão foi tomada levando em conta a melhora nos índices da pandemia, com a diminuição de casos do coronavírus e o avanço da vacinação.

Somente em 5 de maio de 2023 a OMS declarou o fim da pandemia. Até 28 de setembro de 2025 haviam sido registradas 7.101.788 mortes atribuídas à doença, tornando-se a quinta mais mortal da história.  Desde o início da pandemia até os dias atuais, o Brasil registrou 716.238 mortes.

Os bonecos mascarados dos semáforos são testemunhas de um período trágico da humanidade.


(*) Marco Antonio Deprá – e-mail: madepra@uol.com.br/WhatsApp: (44) 9 9917-4994

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