Adultério e golpe tentados são ‘pecados’


O golpe só não aconteceu porque o ‘imbrochável’ falhou
Um amigo, jornalista, que não sei se é mais bolsonarista ou mais anti-petista, fez uma postagem da qual extraímos a seguinte frase: ‘anistia ampla a Jair Bolsonaro e incriminados midiaticamente num golpe que nunca aconteceu.’ Como os bolsonaristas, em boa parte, se dizem cristãos, seguidores da lei de Deus, fomos buscar no Novo Testamento, uma passagem evangélica: Mateus 5:28, onde diz que “aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”.
Sobre esta passagem, Alan Kardec assim comentou: ‘Todo pensamento mau resulta, pois, da imperfeição da alma; mas, de acordo com o desejo que alimenta de depurar-se, mesmo esse mau pensamento se lhe torna uma ocasião de adiantar-se, porque ela o repele com energia. É indício de esforço por apagar uma mancha. Não cederá, se se apresentar oportunidade de satisfazer a um mau desejo. Depois que haja resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória.’
Portanto, o pensamento em adultério, que só não se consumou por falta de oportunidade, é um pecado, logo um crime…
E o golpe contra o estado democrático de direito, que segundo o jornalista Paulo Vergueiro nunca aconteceu, e portanto ele não deveria ser incriminado? Houve pensamento, articulação, preparação e assim como no caso e alguém que no caso de adultério ‘teria brochado’ na hora h, ou apenas pensado, cometeu pecado, golpe só não aconteceu porque o ‘imbrochável’ falhou, ficou receoso, após alguns comandantes das Força Armadas terem dito que não ajudariam. A lei considera assim. A tentativa, a articulação é pecado, digo, crime.
Foto: Reprodução
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