O nosso parlamento custa 20,5 mais que o da potência denominada Reino Unido, sem levar em conta os 50 bilhões de emendas individuais e os demais truques para engordar as finanças dos parlamentares
Os brasileiros dignos e honrados ainda são a maioria silenciosa e abominam a corrupção reinante que avilta a pátria. A sua afirmativa, dando conta de que se não houver apoio interno, a investigação não continuará, traz preocupação. Bastou circular a informação de que 180 parlamentares estão na mira quanto à real destinação das bilionárias emendas parlamentares, que se desencadearam as pressões.
Finalmente, quem não se assusta ante a atual furiosa Câmara dos Deputados, ávida por ditar regras aos poderes Judiciário e Executivo? Entretanto, o momento não é o de calar-se, mas o de seguir avante. São 49.5 milhões de brasileiros que dependem de verbas oficiais para o pão de cada dia.
O nosso parlamento custa 20,5 mais que o da potência denominada Reino Unido, sem levar em conta os 50 bilhões de emendas individuais e os demais truques para engordar as finanças dos parlamentares. Obras de interesse nacional, a exemplo do que foi no passado a transposição do rio São Francisco tornaram- se impraticáveis na esfera do Executivo.
A desnacionalização de obras públicas que custaram o suor e o sangue de nossos antepassados, a exemplo dos contêineres do porto de Paranaguá e da Copel, tomou conta do desmonte em voga em governos estaduais e nosso povo continua pobre. Comparadas com vacas, as multinacionais alimentam- se aqui, mas revertem o leite delas aos países de origem.
Que o STF prossiga aliado à Polícia Federal, que a investigação continue, mesmo porque os nossos descendentes merecem uma pátria que não seja um mero reduto internacional de potências estrangeiras.
Força, Flávio Dino. Não vale a pena ceder aos caprichos da mais tresloucada legislatura da história do Brasil.
(*) Tadeu França
ex-deputado federal constituinte
Foto: Antonio Augusto/STF
