‘Se minha amiga falar, aí cai tudo’: colegas de Fialek a estimulam a delatar chefes

Mariângela Fialek, assessora do PP, chefiada por Arthur Lira, trabalhou com Ciro Nogueira, Jucá, Ricardo Barros e Temer
De Luís Costa Pinto, no ICL Notícias:
A advogada gaúcha Mariângela Fialek da Silva foi o alvo único da Operação Transparência deflagrada pela Polícia Federal a pedido do Ministério público Federal e autorizada pelo gabinete do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal. Em tom de piada, quando conversam descontraidamente durante animados convescotes embalados à base de música sertaneja goiana ou sofrência baiana e regados por vinhos de rótulos impagáveis para 99% dos brasileiros, muitos deputados e alguns senadores se referem a ela como “a CEO de nossa holding”.
(…) Fialek recebe da Câmara um salário de R$ 23,7 mil, topo da carreira para não concursados, e está vinculada à Casa desde 2021. Chegou àquele posto a convite do deputado Arthur Lira (PP-AL), então recém-eleito presidente da Câmara. Quatro anos depois, quando Lira entregou a cadeira da presidência ao afilado Hugo Motta (Republicanos-PB), com quem agora anda às turras, acertou-se que “Tuca”, como Mariângela se tornou conhecida pelos colegas de trabalho e também entre os políticos, seria transferida com o salário do topo de careira para os quadros da liderança do PP na Câmara. Acertou-se, porém, que mesmo destituída do prestigioso crachá que a vincularia à Presidência da Mesa, a advogada seguiria na mesma sala que pertence ao organograma de espaços da administrativo da Casa Legislativa. Além disso, manteria a função de principal: direcionar as emendas parlamentares a serem pagas com o Orçamento da União por meio das emendas impositivas, das “emendas pix”, das “emendas de comissão” e das “emendas de bancada”.
Mariângela Fialek não teve a prisão decretada pelo ministro do STF. Nem isso foi pedido pelos investigadores, pois não se fazia necessário. Flávio Dino sequer mandou demiti-la e deixá-la sem salário. Determinou apenas que a ex-assessora e eterna fiel escudeira de Lira seja afastada de quaisquer atos designatórios relacionados a gastos com emendas parlamentares. Eles têm indicações firmes de que ela colaborará com as investigações. Os sigilos fiscal, bancário, telefônico e telemático dela foram quebrados. (…) “Se minha amiga falar, aí cai tudo”, disse no meio da manhã de ontem uma colega de sala de Mariângela Fialek depois que força-tarefa enviada por ordem do ministro Dino deixou a repartição. “Ela é uma pessoa honesta, correta, exemplar. Mas, cumpria ordens. Isso cumpria à risca. Eu, se fosse ela, falava tudo”. Leia mais.
Foto: Redes sociais
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