Relato indignado
De leitora, relatando o que viu por volta das 15h30 de hoje:
Estava passando pela praça Regente Feijó na Vila Operária quando vi vários guardas municipais abordando alguns adolescentes de forma muito agressiva, um deles puxava o cabelo de um dos jovem. Outro adolescente que estava passando no local e não estava envolvido na abordagem ,falou para os guardas que eles não poderiam agredir daquela forma, o guarda então bateu várias vezes com cacetete no adolescente enquanto outro guarda agredia com joelhadas outro jovem. Várias pessoas saíram de dentro de suas casas, de seu local de trabalho e muitos que estavam passando pelo local, pararam para ver o que estava acontecendo. Parecia cena de TV, um horror, como cenas que vemos em favelas do Rio de Janeiro.
Na verdade não sei o que os adolescentes estavam fazendo de errado e até acredito que poderiam estar fazendo, mas de qualquer forma os guardas não poderiam agir daquela forma tão agressiva. Nunca vi coisa igual acontecer em nossa cidade, fiquei indignada e estou até agora.
É do conhecimento de todos que os guardas municipais devem cuidar do patrimônio público. Sabemos que em Maringá há muitos lugares em que esses guardas poderiam e deveriam exercer suas funções, presenciamos marginais ao redor da Catedral, escolas sem segurança alguma, com quadras de escolas depredadas por vândalos, Centros Esportivos abandonados servindo de local para traficantes, entre outros.
Não estou aqui defendendo os adolescentes de forma alguma pois sei que atualmente a sociedade está sofrendo com crianças e adolescentes com falta de limites, falta de respeito, filhos de pais que não transmitem valores, muitos vivem em famílias desestruturadas e querem apenas exigir seus direitos e negando exercer seus deveres. Gostaria de deixar claro que minha indignação foi com a violência que os guardas agiram.
Questiono sobre a função do Conselho Tutelar de nossa cidade, do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), da Promotoria da Vara da Infância e Adolescência e de outros órgãos públicos como Sasc, Cras e outros. O que estamos fazendo para evitar que os jovens estejam nas ruas, que condições e oportunidades existem para que esses adolescentes mudem seus ideais, condutas e valores, tornando-se autores de sua própria história?