“Não somos vagabundos”

De leitor que assina Estudante que enxerga:
Sou estudante da UEM, moro em Maringá e faço curso integral. Neste ano em nossa universidade, nós alunos, técnicos universitários estamos sofrendo: o Restaurante Universitário está numa reforma que será entregue antes das eleições para reitor, com fins políticos e eleitoreiros. Devido a este fato, estamos sofrendo. Sou cotista, moro com a mãe, avó e avô doentes, moramos de aluguel, não temos dinheiro suficiente. Já desmaiei três vezes na sala de aula a tarde por não ter o que comer. Sou bolsista, recebo 400 reais, mas uso o dinheiro pra ajudar no orçamento de casa. Não tem como eu e outros estudantes pobres, sem condições, estudarmos. Não somos vagabundos, queremos mudar de vida.
No início do ano, houve a possibilidade de a UEM subsidiar marmitas para estudantes e funcionários, e até agora, a má-vontade do Júlio Santiago não o deixou assinar tal proposta. Estamos sofrendo Rigon, não temos reitor, não temos assistência estudantil em uma universidade pública, não temos representantes no DCE, enfim, estamos abandonados. Sei que tem muitos elitistas que lerão este texto e irão me criticar e dizer que somos vagabundos, beberrões, maconhados, playboys e etc. Mas ironicamente, o sonho destes que nos criticam, é ter seus filhos estudando na UEM junto com os maconheiros, beberrões, playboys e vagabundos.
Chamo a atenção da sociedade para as mazelas da UEM. Infelizmente a UEM não tem dinheiro para nos ajudar a comer – como meu caso e de muitos que conheço que estão desmaiando de fome nas aulas – mas, a UEM, tem dinheiro para pagar horas-extras não trabalhadas a servidores do Restaurante Universitário – ironicamente.