A falta dos classistas
De Oswaldo Militão, hoje na Folha de Londrina:
Só no ano passado o Brasil teve mais 3 milhões e 500 mil novas ações trabalhistas. E teremos mais este ano, porque temos agora cerca de 10 milhões de desempregados. E isto revela uma “guerra” entre trabalhadores e empresários.
Se o patrão não pagar as férias em dia, a lei trabalhista manda dobrar o pagamento. A legislação é cheia de armadilhas. Eu já havia verificado isto, quando fui Juiz Classista da Justiça do Trabalho, representante dos empregadores, porque eu tinha dois sítios na região de Tamarana e vivia cercado de sem-terras, querendo invadir propriedades alheias. A reforma trabalhista precisa ser feita, revista e etc.
Há juiz trabalhista que faz de 10 a 15 audiências por dia. E como FHC, Malan e seus deputados e senadores (inclusive os do PT) acabaram com os juízes classistas, hoje em dia, há juiz ou juíza, que leva trabalho para casa e fica, às vezes, até de madrugada para cumprir pauta.
Vários já me disseram sobre a falta que fazem os classistas, que ajudavam muito a limpar a pauta, com os acordos que procuravam fazer ainda nos bastidores, nos corredores das salas de audiências. Tiraram os classistas, a pedido também da presidente da Associação dos Juízes do Trabalho (na época) que era um senhora de São Paulo, amiga do ministro Pedro Malan e, hoje, juízes lamentam tudo isso.
Inclusive meia duzia de advogados pequenos, assinaram documentos pedindo a extinção dos classistas, achando que ganhavam muito (um classista recebia 3 mil reais por mês) e hoje eles reclamam da demora de decisões, e etc. E o ex-presidente Fernando Henrique (com a ajuda de deputados daqui do Paraná) liquidou com uma categoria que trabalhava muito. Se os do Norte e Nordeste não faziam o mesmo, que culpa tinham os do Sudeste e do Sul do País? Aliás, isso é muito comum em vários setores da vida do Brasil. Entre os que votaram pela extinção estavam Carlos Massa, o Ratinho, Ricardo Barros e outros menos votados.
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