Menos médicos
“Há seis meses não entra médico em casa”, diz Balbina Pereira de Almeida, de São José do Jacuípe (BA) (na foto, sentada no chão), que perdeu os movimentos das pernas. É o resultado da saída de médicos cubanos do programa Mais Médicos, que, criado em 2013, chegou a reunir 18.240 profissionais, que, em seis anos de atuação, atenderam cerca de 63 milhões de brasileiros.
Reportagem de Adriana Dias Lopes na revista Veja verificou o impacto da saída deles. “Tudo piorou”,constata. Desde que o programa começou a minguar, no governo de Michel Temer, e depois que perdeu os 8 517 médicos vindos de Cuba logo após a eleição de Jair Bolsonaro, o número foi caindo. Hoje, o Mas Médicos tem 3 840 vagas não preenchidas, a imensa maioria em regiões pobres e periféricas. Além disso, como cerca de 2.600 médicos brasileiros, atraídos por salários mais altos, trocaram suas funções em postos de saúde municipais e estaduais pelo trabalho no Mais Médicos, abriu-se um rombo de 6 440 vagas nesses postos. Esse vazio todo, estima-se, está deixando 19 milhões de brasileiros sem atendimento médico básico.
“A saúde básica do país está passando por um momento de emergência”, diz Mauro Junqueira, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Leia mais.