Estelionato eleitoral

De Josias de Souza:

Nos primeiros meses de governo, Jair Bolsonaro teve a oportunidade de negociar com o Congresso de fronte erguida. Imunizado pelo frescor dos 57,7 milhões de votos obtidos em urnas recém-abertas, o presidente poderia ter fixado as suas bases para um novo padrão de relacionamento com o Legislativo. Bolsonaro preferiu apostar na fricção de um presidencialismo de trincheira.

Agora, com a popularidade reduzida a pouco mais de 30% e acossado por um inquérito no Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro encosta o seu mandato na banda bandalha do Congresso, rendendo-se à lógica do centrão.

Na retomada do toma lá, dá cá, o PP tomou de assalto o Dnocs, Departamento de Obras contra a Seca, que passará a ser chefiado por Fernando Leão, um preposto da legenda. Foram ao balcão para negociar com Bolsonaro o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, e o líder na Câmara, Arthur Lira. Ambos são clientes de caderneta da Lava Jato. Leia mais.