Máscara de algodão e sarja é mais eficaz, diz pesquisa

Pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina testaram e aprovaram: as máscaras caseiras mais eficazes contra a transmissão do coronavírus são as feitas de algodão 100% e de sarja. As outras, feitas com outros tecidos, não são recomendadas e devem ser evitadas. A pesquisa, na realidade, estava sendo conduzida para outra finalidade, mas acabou sendo intensificada nos últimos meses e direcionada para resultados que possibilitem observar qual o melhor tipo para que a população realmente se previna contra o vírus.
O estudo, com Microscopia Eletrônica de Varredura e que avaliou a estrutura de tecidos utilizados pela população para confecção de máscaras caseiras, contou com a participação de diferentes profissionais. Entre eles, as mestres Helenize Ferreira Lima Leachi e Aryane Apolinario Bieniek, ambas doutorandas do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UEL, além da professora doutora Renata Perfeito Ribeiro, docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UEL e líder do Grupo de Pesquisa Nuestuel (Núcleo de Estudos em Saúde dos Trabalhadores da UEL); do professor doutor Admilton Gonçalves de Oliveira Junior, coordenador do Laboratório de Microscopia Eletrônica e Microanálise da UEL e líder do Grupo de Pesquisa Biossíntese e Atividade Biológica de Produtos Naturais de Origem Microbiana; e do professor doutor Tiago Severo Peixe, coordenador do Laboratório de Toxicologia do Hospital Universitário UEL e líder do Grupo de Pesquisa do Laboratório de Toxicologia do HU/UEL.
“Avaliamos os seguintes tecidos: algodão 100%, sarja leve, tricoline, TNT (tecido não tecido), malha PV e tecidos multiuso para limpeza. Os resultados demonstraram, entretanto, que o algodão 100% e a sarja têm eficácia no combate à transmissão do vírus e, portanto, são recomendados para a confecção de máscaras caseiras”, diz a profª draª Renata. De acordo com a pesquisa, o algodão 100% (gramatura 140-240g/m2) possui camada de fios grossos e entrelaçados de forma homogenia. A distância entre os filamentos possibilita a diminuição do contato entre as gotículas expelidas pelo indivíduo para o meio externo. Já a sarja leve (gramatura de 190g/m2) é um material fechado, com composição de microfilamentos de fibra finos, próximos uns dos outros, com alta qualidade de fiação e, consequentemente, boa retenção de gotículas.
OUTROS MATERIAIS – Outros materiais não são recomendados. Entre eles, o tricoline (gramatura de 109g/m2), de cor única, ou estampado (gramatura de 157g/m2), é composto por microfilamentos finos, com espaços e aberturas maiores entre as tramas, o que pode facilitar a passagem de gotículas. O TNT possui fibras grossas, porém, os espaços entre as fibras são maiores, não possuindo proteção contra a transmissão de gotículas. O PV (gramatura de 165g/m2) é composto de 35% de viscose e 65% de poliéster com grandes poros entre as fibras, o que facilita a passagens dos vírus de um indivíduo para o meio exterior à máscara. E os panos utilizados para limpeza, conhecidos como panos multiuso, com composição de 70% de viscose e 30% de poliéster, possuem espaços grandes entre as fibras permitindo a passagem de gotículas contaminadas e, portanto, também não devem ser escolhidos para confeccionar máscaras caseiras de proteção
COSTURAS – A pesquisa analisou ainda as costuras no meio da máscara, as quais devem ser evitadas, pois facilitam as aberturas no tecido, permitindo a passagem do vírus e diminuindo, portanto, a proteção. “Recomendamos ainda o uso de tecido duplo, sem costuras ao meio, com cobertura do nariz e da boca, ajustadas no rosto e com o mínimo espaço possível nas laterais”, afirma Renata Perfeito Ribeiro. Os itens devem ser de uso individual e trocados sempre que apresentarem sujidade ou umidade.
Para a higienização da máscara, é preciso utilizar solução com água sanitária (em 1 litro de água, colocar 2 colheres de sopa de água sanitária), por 30 minutos e, após, lavar com água e sabão. “Durante o uso, não se deve tocar a superfície da máscara, na colocação ou na retirada, e descarta-la sempre que apresentar deterioração do tecido.” Embora possam ser feitas em casa, as máscaras são eficazes na proteção. “Se feitas de tecido adequado e usadas como o recomendado, podem ser aliadas na diminuição da propagação do vírus, pois impedem a disseminação no ambiente de gotículas expelidas do nariz ou da boca das pessoas durante a fala, a respiração, ao tossir ou espirrar”, ressalta a docente. (Assessoria)
(Foto: Divulgação)
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