Supersalário de juiz já virou escárnio institucional
Por Josias de Souza:
Quando o privilégio se torna perene, o escárnio se torna institucional. No caso dos supersalários pagos a juízes, a abjeção, de tão institucionalizada, virou religião. Há no Brasil 26.177 juízes, entre ativos e aposentados. Nos últimos dois anos, mais da metade dos contracheques recebidos por essa turma (55,7%) estava acima do teto do serviço público, que é de R$ 39,3 mil mensais. Quase todos os magistrados (95,79%) foram brindados com pelo menos um salário pago acima do telhado.
O repórter Matheus Teixeira informa que 8.226 juízes foram brindados com salários de mais der R$ 100 mil ao menos uma vez. Considerando-se que alguns receberam o contracheque turbinado mais de uma vez, espetaram-se no bolso do contribuinte 13.595 salários superiores a R$ 100 mil. Houve coisa pior: o brasileiro em dia com o fisco pagou 565 vezes salários de mais de R$ 200 mil a 507 juízes.
Nesse universo em que o privilégio é uma religião, o inacreditável ganha a aparência de inaceitável quando a cara do privilegiado é exposta na vitrine. Foi o que aconteceu em agosto de 2017. Descobriu-se na época que um juiz de Mato Grosso, Mirko Vincenzo Giannotte, embolsara em julho daquele ano mais de meio milhão de reais: R$ 503.928,79. Procurado, o felizardo declarou: “Eu não tô nem aí.”. Leia mais.
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