Na Câmara de Maringá já havia se visto quase tudo: roubo de celular, agressão a jornalista, vereador tirando camisa, vereador saindo nos tapas, subindo em escada, votando contra o próprio projeto… mas nunca se viu o que aconteceu na sessão extraordinária desta manhã, quando se votou o projeto que repõe a inflação dos salários dos servidores públicos municipais em pouco mais de 5%.

Os vereadores Rafael Roza (Pros) e Cris Lauer (PSC), declaradamente oposicionistas, “comandados via remoto” como disse um colega, viraram piada. Prestando atenção mais no celular do que na sessão legislativa, os dois inovaram ao serem os únicos, ao longo das 17 legislaturas, ou seja, foram os primeiros desde 1952 a votarem contra a ata da sessão anterior, como mostra o painel (foto acima). Todos os demais vereadores ficaram “de cara”, não acreditaram que Roza e Lauer haviam votado contra… a ata da sessão anterior. Entraram para o anedotário político-legislativo de Maringá.

O presidente Mário Hossokawa (PP), depois de dar risada, foi bonzinho e deixou que os anais registrassem como se tivessem votado favoravelmente. Os dois foram traídos pelo costume de apertar o botão vermelho contra todos os projetos, como já aconteceu no caso de indenização para família de servidores da saúde que morreram enfrentando a covid19 e da reserva para negros no serviço público. Depois, quando falam que a oposição é burra, tem gente que reclama. PS – Na hora de votar a recomposição salarial dos servidores, direito legal, ambos votaram contra, pra variar.